CPI ouve hoje executivo da Prevent Senior, acusado de ocultar mortes em estudo

CPI ouve hoje executivo da Prevent Senior, acusado de ocultar mortes em estudo

Pedro Benedito Batista Júnior obteve habeas corpus do STF para ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo

R7

Após depoimento ser remarcado, Pedro Benedito Batista Júnior depõe nesta quarta-feira

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A CPI da Covid vai ouvir nesta quarta-feira Pedro Benedito Batista Júnior, diretor-executivo da operadora de saúde Prevent Senior. Originalmente o depoimento estava agendado para quinta-feira passada, mas os advogados de Pedro Benedito alegaram que ele não poderia ir por não ter tido tempo suficiente para se programar e comparecer à CPI.

A comissão cogitou pedir condução coercitiva, mas acabou preferindo a remarcação da data de depoimento. Desta vez, o executivo da Prevent Senior obteve habeas corpus do STF para ficar em silêncio em questionamentos que possam incriminá-lo.

A Prevent agora está no foco da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, depois que servidores encaminharam à comissão um dossiê apontando, entre outros pontos, que a empresa teria ocultado mortes pela doença e impedido uso de equipamento de proteção individual (EPI) para o vírus circular nas unidades. A questão teria, segundo a denúncia, o propósito de facilitar a disseminação da Covid-19 no ambiente hospitalar a fim de iniciar um protocolo de testes para tratamento da doença. Tal protocolo usava medicamentos sem eficácia comprovada do chamado "kit covid", como cloroquina e ivermectina. 

O R7 teve acesso a uma análise do documento, que aponta ainda que o protocolo de testes adotado pela Prevent Senior teria sido acordado com assessores do governo federal. Conforme denunciado, a pesquisa supostamente pactuada entre o governo e a Prevent precisaria comprovar a eficácia de cloroquina e azitromicina no tratamento da Covid-19.

A comissão quer investigar também se houve algum tipo de pressão para que os médicos conveniados à Prevent Senior pela prescrição de  medicamentos do chamado tratamento precoce para a Covid-19, que não tem eficácia comprovada. Existem também denúncias por parte de pacientes que afirmam ter sido pressionados para aceitar o tratamento precoce. 

A Prevent alegou que possui protocolo institucional que prevê a possibilidade de prescrição dos medicamentos e que o uso desses medicamentos vem sendo “politicamente rebatido”. A empresa ainda afirmou que os médicos tinham autonomia profissional, mas que nunca foram obrigados a receitar o chamado kit covid. A operadora afirmou ainda que remédios off label para a Covid-19 são prescritos depois que o paciente é avaliado.


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