Criticado por frases recentes, Lula coleciona falas polêmicas; relembre

Criticado por frases recentes, Lula coleciona falas polêmicas; relembre

Excesso de democracia na Venezuela, Ucrânia culpada pela guerra e mídia regulada estão entre as declarações que marcam trajetória do petista


R7

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) confirmou ida à posse de Moraes, no TSE

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Em ritmo de campanha ao Palácio do Planalto, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dado uma série de declarações polêmicas desde o início do ano. Apostando cada vez mais no acirramento da rivalidade que tem com o presidente Jair Bolsonaro, o petista já declarou, por exemplo, que o atual chefe do Executivo “não gosta de gente, gosta de policial”.

Nesta semana, Lula minimizou os impactos sofridos pela Ucrânia devido à invasão da Rússia e disse que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também tem culpa por conta do conflito. “Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin”, afirmou, em entrevista a uma revista dos Estados Unidos.

As opiniões do ex-presidente fizeram com que ele fosse bastante criticado por adversários políticos. Entretanto, não é de hoje que Lula se mete em polêmicas. Nos oito anos em que esteve no Palácio do Planalto, ele defendeu que as mulheres sejam submissas aos homens, disse que os pobres precisam de apenas R$ 10 para ficar contentes, elogiou o “excesso de democracia” na Venezuela de Hugo Chávez, entre outras declarações controversas.

Neste sábado, o ex-presidente lançou sua pré-candidatura à Presidência, tendo como vice o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin – que participou virtualmente do evento, por ter sido diagnosticado com Covid-19 nesta sexta-feira. 

Relembre frases polêmicas do ex-presidente

Democracia na Venezuela: “Eu não sei se a América Latina teve um presidente com as experiências democráticas colocadas em prática na Venezuela. Poderia até dizer que [a Venezuela] tem excesso [de democracia]”, em setembro de 2005, durante encontro em Brasília com o então presidente venezuelano, Hugo Chávez. “Este homem, que apanhou como pouca gente apanhou, hoje, se transforma em um companheiro da maior importância.”

Confiança em Palocci: “Mexer no Palocci é a mesma coisa que pedir para o Barcelona tirar o Ronaldinho. Eu e Palocci somos unha e carne. Tenho total confiança nele”, em 2005. Antonio Palocci, ministro da Fazenda no primeiro mandato de Lula, foi citado no escândalo do mensalão, sendo acusado de participar do pagamento de propinas para políticos aliados. Foi demitido pelo envolvimento no escândalo de corrupção da "mansão do lobby", em que alugou um imóvel em Brasília que também servia para a troca de propina.

Surpresa com o mensalão: “Quero dizer com toda franqueza: me sinto traído por práticas inaceitáveis, das quais nunca tive conhecimento”, em 2005, e “não interessa se foi A, B ou C. Todo o episódio foi como uma facada nas minhas costas”, em janeiro de 2006, sobre a revelação do mensalão, escândalo de compra de votos do governo, para que o Congresso Nacional aprovasse projetos de relevância para o poder Executivo.

Exploração de petróleo: “Imagina descer 1,4 mil metros de água, depois furar mais 3 mil metros de rocha, depois furar uma camada de 400 metros de sal e trazer petróleo. O buraco é tão fundo que qualquer dia a Petrobras vai trazer um japonesinho na broca”, em setembro de 2008.

Facilidade para governar os pobres: “Não tem coisa mais fácil do que cuidar de pobre, no Brasil. Com dez reais, o pobre se contenta; rico não, por mais que você libere, quer sempre mais, nunca se conforma”, em julho de 2009.

Alianças com adversários: “Nunca fiz concessão política. Faço acordo. Se Jesus viesse para cá e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria que chamar Judas para fazer coalizão”, em outubro de 2009, sobre alianças com os senadores José Sarney, Fernando Collor e Renan Calheiros, adversários políticos dele.

Submissão das mulheres: “Uma mulher não pode ser submissa ao homem por causa de um prato de comida, ela tem que ser submissa a um parceiro porque ela gosta dele e quer viver junto com ele”, em janeiro de 2010. Pedido de votos às mulheres - “Vamos parar com esse negócio de não votar porque é mulher. Pare de ser besta, foi ela que lhe pariu”, em julho de 2010, durante campanha para Dilma Rousseff, então candidata à Presidência.

Ego inflado: “Tem hora em que estou no avião e, quando alguém começa a falar bem de mim, meu ego vai crescendo, crescendo, crescendo. Tem hora que ocupo, sozinho, três bancos com o ego”, em março de 2010. Críticas a anfíbio - “O país não pode ficar a serviço de uma perereca”, em julho de 2010, ao reclamar da paralisação das obras de um túnel em Porto Alegre para que órgãos ambientais estudassem o impacto do empreendimento sobre um grupo de anfíbios que habitava o local.

“Grelo duro”: “Cadê as mulheres do grelo duro do nosso partido?”, em março de 2016, ao pedir que duas filiadas do PT, Fátima Bezerra (à época senadora) e Maria do Rosário (deputada), acompanhassem um dos procuradores que o investigavam, Douglas Kirchner.

Regulação da mídia: “Se eu voltar, vai haver uma regulação dos meios de comunicação. A gente não pode continuar permitindo que meia dúzia de famílias sejam donas dos meios de comunicação”, em janeiro de 2018.

Gafe no parlamento europeu:  “O Bolsonaro não entende absolutamente de nada a não ser de falar bobagem, a não ser de fazer fake news e a não ser de tentar destruir aquilo que nós destruímos”, em novembro de 2021, durante coletiva de imprensa no parlamento europeu.

Empréstimos para obras no exterior: “O Brasil é o único país que, quando o BNDES empresta dinheiro para fazer uma obra no exterior, tudo que vai ser utilizado e todo o serviço é da engenharia brasileira. Na verdade, o Brasil está exportando serviços, está exportando engenharia, termina sendo uma coisa lucrativa quando você vende e uma coisa quando você recebe. É a coisa mais normal do planeta Terra. Você não está retirando dinheiro do Orçamento, você está fazendo dinheiro emprestado, que as pessoas pagam juros. Pagam o principal e ainda pagam pelas importações que fazem de nós”, em abril de 2022.

Crítica a Bolsonaro e policiais: “Ele não tem sentimento. Ele não gosta de gente, ele gosta de policial. Ele não gosta de livros, se não ele estaria distribuindo livros didáticos nas escolas. Ele gosta é de arma, ele gosta é de distribuir armas. Ele gosta de abrir escola de tiro ao alvo. Ele gosta de facilitar o consumo de rifle e de pistola quando, na verdade, o povo brasileiro está precisando não de arma. Está precisando de paz”, em abril de 2022.

Zelensky também tem culpa pela guerra: "Putin não deveria ter invadido a Ucrânia. Mas não é só o Putin que é culpado. [...] Ele [Zelensky] quis a guerra. Se ele [não] quisesse a guerra, ele teria negociado um pouco mais. É assim. Eu fiz uma crítica ao Putin quando estava na Cidade do México, dizendo que foi errado invadir. Mas eu acho que ninguém está procurando contribuir para ter paz. As pessoas estão estimulando o ódio contra o Putin. Isso não vai resolver. É preciso estimular um acordo. Eu não conheço o presidente da Ucrânia. Agora, o comportamento dele é um comportamento um pouco esquisito, porque parece que ele faz parte de um espetáculo. [...] Era preciso que ele estivesse mais preocupado com a mesa de negociação. Às vezes fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin”, em maio de 2022.


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