"Declaração de Barroso foi indevida", diz Mourão

"Declaração de Barroso foi indevida", diz Mourão

Vice-presidente comenta a fala do ministro do STF de que as Forças Armadas são orientadas a desacreditar o processo eleitoral

R7

Mourão criticou Barroso

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O vice-presidente Hamilton Mourão comentou nesta segunda-feira (25) a fala do ministro do STF Luís Roberto Barroso de que "as Forças Armadas são orientadas a atacar e desacreditar o processo eleitoral". Em entrevista a uma rádio do Rio Grande do Sul, Mourão disse que a declaração de Barroso foi indevida. "As Forças Armadas não são uma criança para serem orientadas. Em todo esse processo, elas têm se mantido à parte, sem manifestações de seus comandantes ou de seus integrantes," afirmou Mourão.

Mourão não foi o primeiro militar a se posicionar em relação à declaração de Barroso. No domingo (24), o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, repudiou os comentários. Em nota, Oliveira disse que a afirmação de Barroso é irresponsável e, também, uma ofensa grave às instituições nacionais permanentes do Estado brasileiro. 

Depois da nota divulgada pelo Ministério da Defesa, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, general Luiz Ramos, disse nesta segunda-feira (25), via Twitter, que "defender a soberania nacional é dever das Forças Armadas". Segundo ele, "eleições democráticas e transparentes fazem de nós um país soberano, por isso, nossas FA [Forças Armadas] estarão sempre vigilantes pelo bem do nosso povo, do nosso [Brasil]".

O comentário de Barroso foi feito durante a participação dele, por vídeo, em um seminário sobre o Brasil, promovido pela Hertie School, de Berlim, na Alemanha. A declaração também repercutiu no Palácio do Planalto. O ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) disse à Record TV que esse tipo de faça não ajuda no processo de respeito às instituições. "Espero que a gente tenha o máximo possível de bom senso para superar esse momento," concluiu. 

TSE divulga respostas enviadas às Forças Armadas

Em fevereiro deste ano, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) enviou um documento de 69 páginas às Forças Armadas no qual respondeu a dúvidas em relação ao processo eletrônico de votação. As informações foram enviadas ao Comando de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro, após serem solicitadas pelo general Heber Garcia Portella.

As Forças Armadas haviam feito questionamentos sobre as urnas eletrônicas ou demais etapas do processo de votação. As perguntas se resumiam a dúvidas e pedido de informações sobre a política de segurança da informação do TSE.

As questões foram respondidas detalhadamente pela Secretaria de Tecnologia da Informação do TSE em um documento com 69 páginas e 3 anexos, somando pouco mais de 700 páginas, informou a corte. A íntegra do documento não foi divulgada por estar sob sigilo, a pedido das próprias Forças Armadas.


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