Decola o primeiro voo comercial direto entre Israel e Emirados
A palavra "paz", em árabe, inglês e hebraico, foi vista no avião da companhia El Al nesta segunda-feira
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A palavra em árabe, inglês e hebraico para "paz" foi vista no avião da companhia El Al nesta segunda-feira, no "primeiro voo comercial direto" entre Israel e Emirados Árabes Unidos, que decolou do aeroporto internacional Ben Gurion de Tel Aviv. O voo LY971 transporta uma delegação israelense e americana, liderada por Jared Kushner, genro e assessor do presidente Donald Trump, e deve pousar em Abu Dhabi no início da tarde.
Anunciado em 13 de agosto, o acordo de "normalização" é a primeira acomodação desse tipo entre um país árabe e Israel em mais de 20 anos e foi catalisado em grande parte pelos temores comuns do Irã. Os palestinos ficaram consternados com a ação dos Emirados Árabes Unidos, preocupados que enfraqueceria uma posição pan-árabe de longa data que pedia a retirada israelense do território ocupado e a aceitação do Estado palestino em troca de relações normais com os países árabes.
"É um voo histórico e esperamos que seja o início de uma viagem ainda mais histórico para o Oriente Médio", afirmou Kushner antes da decolagem, em uma pista repleta de bandeiras de Israel e dos Estados Unidos. As autoridades vão explorar a cooperação bilateral em áreas como comércio e turismo, e os enviados de defesa israelenses devem visitar os Emirados Árabes Unidos separadamente.
Autoridades israelenses esperam que a viagem de dois dias produza uma data para uma cerimônia de assinatura em Washington, talvez já em setembro, entre Netanyahu e o príncipe herdeiro de Abu Dhabi, o xeque Mohammed bin Zayed Al Nahyan. Isso poderia dar a Trump um impulso na política externa antes de sua candidatura à reeleição em novembro.
Os EAU se tornaram o primeiro país da região do Golfo a estabelecer relações com Israel e o terceiro do mundo árabe, após os acordos assinados pelo Egito, em 1979, e Jordânia, em 1994. Desde que o acordo foi anunciado, com mediação dos Estados Unidos, ministros de Israel e dos Emirados multiplicaram os contatos por telefone e as autoridades de Abu Dhabi revogaram no fim de semana passado uma lei sobre o boicote a Israel, em vigor há 48 anos.