Defesa diz que delatora da Lava Jato ficou surpresa com prisão

Defesa diz que delatora da Lava Jato ficou surpresa com prisão

Nelma Kodama foi detida em um hotel de luxo em Portugal por suspeita de atuação como doleira para o tráfico de drogas

R7

PF cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva

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A defesa de uma das delatores da Lava Jato, Nelma Kodama, afirmou que a cliente ficou "surpresa com a prisão decorrente da operação policial em um hotel de Lisboa, em Portugal". Kodama foi presa em operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (para combater o tráfico internacional de cocaína. Ela foi presa em um hotel de luxo em Portugal, por suspeita de atuação como doleira para o narcotráfico.

"O advogado Nelson Wilians, que representa Nelma Kodama, informa que sua cliente ficou surpresa com a prisão decorrente da operação policial em um hotel de Lisboa, em Portugal. O advogado diz que confia na Justiça e espera, em breve, ter acesso aos autos para entender a motivação da prisão da empresária, e se manifestar perante as autoridades competentes", informou a defesa, em nota.

A PF cumpriu 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, de São Paulo, de Mato Grosso, de Rondônia e de Pernambuco durante a operação. Em Portugal, onde Kodama foi presa, a polícia portuguesa cumpriu três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga. De acordo com a instituição, as investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

Conhecida como a 'Dama do Mercado', Nelma Kodama ganhou o noticiário após ser presa na Operação Lava-Jato em 2014. Ela chegou a ficar dois anos na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba, mas saiu em junho de 2016 ao fechar acordo de delação premiada com a força-tarefa. Figura emblemática do escândalo da Petrobras, Nelma é ex-namorada do doleiro Alberto Youssef e foi presa em 15 de março de 2014 quando tentava embarcar para a Itália com 200 mil euros escondidos na calcinha. No mesmo ano, ela chegou a ser condenada a 18 anos de prisão pelo então juiz federal Sérgio Moro pela lavagem de R$ 221 milhões em dois anos e pelo envio ao exterior de outros U$S 5,2 milhões por meio de 91 operações de câmbio irregulares. Ela chegou a ficar dois anos presa, mas fechou acordo de delação premiada com operação Lava Jato e deixou a carceragem da Polícia Federal em Curitiba com uma tornozeleira eletrônica em junho de 2016.


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