Dirceu e Cunha dividem cela na prisão da Lava Jato

Dirceu e Cunha dividem cela na prisão da Lava Jato

Os dois políticos ainda dividem o espaço com mais quatro presos

AE

Ex-ministro José Dirceu e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) dividem a mesma cela no Complexo Médico Penal de Pinhais

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O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB) dividem a mesma cela em uma ala nova no Complexo Médico Penal de Pinhais, nos arredores de Curitiba, a prisão da Lava Jato.

Dirceu chegou a Pinhais no sábado, transferido da Superintendência da Polícia Federal, onde se havia apresentado na noite de sexta, para cumprir pena de 8 anos e dez meses de reclusão em processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro de contratos da Petrobras. Cunha já está na casa desde outubro de 2016.

Ele acumula, por enquanto, duas condenações. Uma de 15 anos e quatro meses imposta pelo ex-juiz Sergio Moro por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas no âmbito de contrato da estatal petrolífera para exploração do campo de Benin, na África, em 2011 - reduzida para 14 anos e seis meses pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF4).

Em outro processo, o ex-deputado pegou 24 anos, sentença aplicada pelo juiz Vallisney de Oliveira Souza, de Brasília, por desvios na Caixa. Outros quatro prisioneiros ocupam a mesma cela de Dirceu e Cunha.

Ao todo, na "ala nova" estão cerca de 40 prisioneiros da Lava Jato, entre eles o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-senador Gim Argello (PTB) e o ex-diretor da Dersa paulista Paulo Vieira de Souza, apontado como operador do PSDB.

Dirceu já passou uma temporada em Pinhais. Foi solto enquanto aguardava o julgamento de todos os recursos a que tinha direito, no âmbito do TRF4, o Tribunal da Lava Jato.

Na semana passada, o Tribunal negou embargos do ex-ministro e ordenou sua prisão. Na quinta, o juiz Luiz Antonio Bonat, da 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, deu prazo até as 16h da sexta, para Dirceu se entregar na PF em Curitiba.

O ex-ministro viajou de carro, de Brasília a Curitiba. Chegou à PF com um atraso de cinco horas e meia. Eram 21h30min da sexta quando se apresentou. No sábado foi transferido para Pinhais, a prisão da Lava Jato.

Antes de se entregar, em mensagem à militância petista gravada na quinta, à noite, ele avisou. "O vulcão já entrou em erupção." "Eu me preparei para isso. Vou ler mais, manter a saúde, manter o contato".

 


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