Discussão de reforma gera embate entre vereadores de Porto Alegre

Discussão de reforma gera embate entre vereadores de Porto Alegre

Integrantes da base e da oposição encabeçaram longas discussões e protagonizaram embates. Projeto de Melo foi aprovado com emendas

Mauren Xavier (colaboração de Flávia Simões)

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A primeira sessão plenária de votação na Câmara de Porto Alegre, que aprovou a reforma administrativa enviada pelo prefeito Sebastião Melo, por 25 votos a 10, nesta quinta-feira, trouxe indicativos do que deverá se repetir nos próximos quatro anos no Legislativo. Em sessão extraordinária que seguiu à noite, os vereadores da base e da oposição encabeçaram longas discussões e protagonizaram embates, repetindo o que havia ocorrido na posse e na escolha da Mesa Diretora, no dia 1º de janeiro. A reforma administrativa reorganizou e criou secretarias. O texto recebeu emendas. 

Os vereadores da oposição criticaram que o momento deveria ser de discussão de projetos relacionados à pandemia. Pontuaram que a reforma traria aumento de gastos. “É claro que em via de regra, quando se aumentam secretarias, é para atender pedido de partidos”, disse o líder da oposição, Pedro Ruas (PSol). Vereadores também criticaram a falta de diálogo com a base.

Enquanto isso, os da base apoiaram o texto. Lourdes Sprenger (MDB) defendeu a recriação da pasta da questão animal. José Freitas (Republicanos) enalteceu a recriação da de Esporte e Lazer pela sua importância. Ao rebaterem críticas da oposição, vereadores aliados ressaltaram que esse é o primeiro movimento do novo governo municipal e que busca reorganizar a estrutura. 

Trocas de críticas entre vereadores

A discussão entre os blocos começou no início da sessão, que foi em torno de resolução da Mesa, que previa a reorganização de cargos. Na ocasião, o líder do governo, Idenir Cecchim (MDB), criticou o fato de a oposição votar contra. “Com respeito aos votos da oposição, esses mesmos 26 que votaram juntos (dos partidos aliados), vão votar contra todas as emendas apresentadas pelo vereador Oliboni e do vereador Jonas (ambos do PT)”, disse ele, ampliando a tensão na discussão entre base e oposição.

Em resposta, Laura Sito (PT) afirmou que a proporcionalidade da Casa estava sendo negada. “O que ele (Cecchim) diz é que teremos a suspensão do debate. Que está sustada a democracia nessa casa como modus operandi contínuo”, afirmou. 

As manifestações seguintes remeteram à discussão acerca da falta de representatividade da oposição na Mesa. A vereadora Comandante Nádia (Dem) defendeu que “a democracia e proporcionalidade se fazem com a maioria”. Matheus Gomes (PSol) rebateu que a ideia de proporção de alguns parlamentares é “casuística”, uma vez que a base foi chamada para a apresentação do projeto e teve informações privilegiadas. 

A discussão seguiu. Cassiá Carpes (PP) pediu para que a oposição parasse com o “chororo” e a “lenga lenga”. “Vamos ter que aguentar quatro anos? Vamos trabalhar”, disse ele. Em resposta, Roberto Robaina (PSol) pediu respeito. “Não vamos ficar chorando, vereador Cassiá. Estamos trabalhando e muito. Não nos vendendo por cargos, não fazendo jogos dos interesses”, rebateu Robaina. 

 


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