Documentos da Precisa com Saúde são montagens, aponta perícia

Documentos da Precisa com Saúde são montagens, aponta perícia

Polícia Legislativa do Senado analisou documentos do pré-contrato do governo Bolsonaro pela compra da vacina Covaxin

R7

Senadora Simone Tebet fez uma análise detalhada e pediu para a CPI da Covid uma perícia nos documentos apresentados pela Precisa Medicamentos

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Uma perícia realizada pela Polícia Legislativa do Senado apontou indícios de montagens e falsificações em documentos entregues pela Precisa Medicamentos ao Ministério da Saúde no âmbito da compra investigada da vacina contra Covid-19 Covaxin. O laudo, assinado pelo perito Daniel Lima Logrado, foi pedido por senadores integrantes da CPI da Covid, que investiga a compra do imunizante.

O parecer analisou dois documentos entregues pela Precisa ao Ministério da Saúde: o MOU (Memorando de Entendimento, traduzindo do inglês) e uma declaração de inexistência de fatos impeditivos à negociação, onde a Bharat Biotech supostamente autoriza a empresa a negociar em seu nome.

O perito revisou todas as imagens nos arquivos que correspondiam aos campos onde estavam as assinaturas das partes envolvidas e carimbos de certificação. "Foram identificados diversos vestígios de manipulação digital de documentos, incluindo clonagens, recortes aparentes e distorções nos arranjos e na resolução de elementos mecanografados", relatou Logrado na perícia.

Ele identificou ainda irregularidades que sugerem montagens nas assinaturas do presidente da Precisa Medicamentos, Francisco Maximiano, e em nome identificado como "Anudesh Goyal".

Os achados do perito foram os mesmos que a auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) encontrou nos dois documentos para recomendar ao Ministério da Saúde o cancelamento da compra.

Na próxima sexta-feira (12), o imunizante voltará ao foco da CPI com o depoimento do deputado federal Ricardo Barros (PP-PR). Ele foi apontado pelo colega na Câmara, o deputado Luis Miranda (DEM-DF), como o parlamentar a quem o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) teria citado como responsável pelas irregularidades no contrato da Covaxin. Barros nega as acusações.


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