"Doria precisa demonstrar a sua viabilidade", diz Leite

"Doria precisa demonstrar a sua viabilidade", diz Leite

Em entrevista ao Esfera Pública, o governador avaliou os desafios do PSDB na disputa à presidência da República e seu futuro no partido

Correio do Povo

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Fora da disputa presidencial de 2022, o governador Eduardo Leite reconheceu as dificuldades em romper a polarização e, sobre o seu partido, ressaltou a necessidade de João Doria, governador paulista e pré-candidato do PSDB ao Planalto, mostrar a viabilidade de seu nome na eleição. “O governador João Dória ganhou as prévias e nós reconhecemos isso, a legitimidade da sua candidatura. Mas agora ele precisa demonstrar a sua viabilidade como candidato. Se não tiver viabilidade, se a rejeição for alta a ponto de inviabilizá-lo no momento decisivo para eleição. Bom aí vamos ter que dialogar no sentido quais os caminhos que adotaremos para termos uma candidatura competitiva”, afirmou Leite, durante entrevista exclusive durante o programa ‘Esfera Pública’ da Rádio Guaíba, Taline Oppitz, que também é colunista do jornal Correio do Povo. 

Leite e Doria protagonizaram momentos tensos durante as prévias tucanas, realizadas em novembro passado. Sobre a possível unificação do partido após a disputa, o gaúcho disse ter disponível, mas que a criação da unidade do partido depende do vencedor. “Construir essa unidade vai exigir capacidade do vitorioso, do governador de São Paulo, João Doria. E da nossa parte e daqueles que estiveram do nosso lado, existe sim a disposição de dialogar e construir essa unidade”, pontuou. 

O governador gaúcho também comemorou o que chamou de “virada” no RS com as mudanças promovidas pela sua gestão, que entra no último ano, na área da questão fiscal. E citou nomes que poderão dar continuidade à administração, uma vez que reforçou que não concorrerá à reeleição no Estado. A seguir trechos da entrevista. 

Principais trechos


"As prévias (PSDB) mostraram essa divisão. Mesmo enfrentando uma máquina poderosa, como nós enfrentamos, que é estrutura que tem um governador de São Paulo, com a visibilidade que tem, os recursos que têm, estrutura toda que tem, nós fizemos quase metade dos votos do partido. Então, construir essa unidade vai exigir capacidade do vitorioso, do governador de São Paulo, João Doria. E da nossa parte e daqueles que estiveram do nosso lado, existe sim a disposição de dialogar e construir essa unidade". (sobre a unificação do PSDB após as prévias)

"Doria ganhou as prévias e nós reconhecemos isso. Mas agora ele precisa demonstrar a sua viabilidade como candidato. Se não tiver viabilidade, se a rejeição for alta a ponto de inviabilizar no momento decisivo para eleição. Bom aí vamos ter que dialogar no sentido quais os caminhos que adotaremos para termos uma candidatura competitiva, que tire o país de ter que decidir entre o indesejável e o inaceitável, que é essa polarização que nós temos". (sobre a candidatura de Doria à presidência) 

"Continuo no PSDB. É meu partido há 20 anos e quero ajudar para que ele não se desvincule da sua origem. Agora é claro, vamos aguardar e ver como o PSDB estará sob a liderança do governador João Doria (...). Qual será a linha do discurso dele. Qual será o caminho que ele adotará, os seus posicionamentos e consequentemente para onde arrastará o partido. O candidato do partido tem um poder de arrastar o partido para uma outra direção. Então, é importante que a gente busque manter essa sintonia, sob pena de se não tivermos a sintonia, talvez sair do PSDB seria o equivalente a ficar nele, se ele deixar de ser o PSDB ao qual me filiei". (sobre a saída do PSDB)

"O Ranolfo (Vieira Júnior, vice-governador) é sem dúvida nenhuma um nome muito qualificado (...). Tenho certeza que tem capacidade política e capacidade de gestão para tocar o governo". (sobre a indicação do vice). 

"O MDB também tem nomes qualificados. O presidente do partido, Alceu Moreira, o deputado Gabriel Souza, que é presidente da Assembleia, participa desde o governo (José Ivo) Sartori. Então, vamos ter que sentar todos e buscar construir a condição de uma candidatura competitiva. Os nomes que eu citei têm condições e capacidade política e de gestão. Outros nomes também têm essa capacidade. Entre esses nomes todos temos que escolher qual tem a capacidade de gestão e política e eleitoral, que é a de ganhar a eleição, e que não depende só do candidato, depende também do sentimento do eleitor". (sobre a disputa ao Piratini).

"A Assembleia Legislativa não é uma mera carimbadora dos projetos encaminhados pelo Executivo. É uma Casa de discussões e debates. Nós construímos as soluções para aprovarmos todo os projetos. É por isso que o Estado está na sua melhor condição agora". (sobre a os 100% de aprovação no legislativo)

"Neste último ano podem até ir projetos que eventualmente sejam de discussão. Mas certamente não serão projetos polêmicos como os que tivemos que tentar nos primeiros três anos. Agora o grande desafio é a capacidade de execução que o Estado retomou agora a partir da capacidade financeira e executar esses mais de R$ 4 bilhões que anunciamos em investimentos e que estão com recursos disponíveis. O desafio é executar. A máquina acabou enferrujando". (sobre os desafios do último ano de gestão)

"Então nós viramos o jogo. É claro que temos ainda muitos desafios, mas estamos em um bom caminho". (sobre os três primeiros anos de mandato).

"Acho que abreviamos e resolvemos boa parte dos problemas, mas não todos. Do ponto de vista estrutural, o Estado ainda tem desafios que precisam ser enfrentados continuamente ao longo desta próxima década". (sobre o impacto das reformas)

 


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