Eduardo Leite afirma que todas secretarias serão "um pouco da Educação"

Eduardo Leite afirma que todas secretarias serão "um pouco da Educação"

Governador do RS ressaltou a transversalidade entre as pastas e reforçou a prioridade na área

Felipe Nabinger

Raquel Teixeira e Eduardo Leite chegam para cerimônia de recondução da secretária de Educação.

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Em sua primeira agenda após a posse, o governador Eduardo Leite (PSDB) prestigiou a cerimônia da recondução da secretária Raquel Teixeira à pasta da Educação no começo da tarde desta segunda-feira, na sede da Secretaria da Educação (Seduc), anexo ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, em Porto Alegre. O tucano ressaltou a transversalidade da área, considerada prioridade de governo, em sua segunda gestão, afirmando que todas as pastas, de alguma forma, atenderão demandas da educação.

"Para ficar claro aos secretários que aqui estão e aos que receberão esse recado em nossa primeira reunião de secretariado, cada uma das secretarias será um pouco também da Educação", afirmou em seu discurso. Na plateia, estavam os secretários da Cultura, Beatriz Araújo, de Obras Públicas, Izabel Matte, de Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossella, de Assistência Social, Beto Fantinel, e de Inovação, Ciência e Tecnologia, Simone Stulp.

Uma das secretarias que estará diretamente ligada à Educação é Obras Públicas, que recebeu na reorganização do governo uma subsecretaria específica para obras em escolas estaduais. Conforme Raquel Teixeira, reuniões já vinham sendo realizadas entre as titulares das duas pastas e escolas em situação considerada mais problemáticas já foram mapeadas. "As escolas aqui acumulam demandas de muitos anos. Estamos nesse momento trabalhando, Izabel e eu, nessas 28 escolas, aproveitando o recesso, para receber no dia 6 os alunos para a prova de recuperação que criamos", afirmou.

A Seduc orienta as escolas estaduas para realizarem um período chamado de “Estudos de Recuperação” entre os dias 6 e 10 de fevereiro. Haverá provas e trabalhos com os alunos que apresentaram resultado inferior à média anual ou com frequência menor que 75%, buscando recuperar aprendizagens.

Parcerias com o setor privado

Outra mostra dessa transversalidade se deu ainda em dezembro, no dia 28, quando Leite anunciou o economista mineiro Pedro Capeluppi como secretário de Parcerias e Concessões. Além de cuidar da carteira de negócios existente, como a concessão de rodovias, o governador afirmou que a experiência do secretário, que vem do Ministério da Economia, será usada para avançar para "outras áreas como educação e saúde". 

Questionado após a cerimônia sobre o tema, Leite explicou como se dará a atuação. "Na educação, a mola mestra e estratégica é impulsionar a estrutura que nós temos existente. Ela (a educação) não é e nem entendemos que ela seja substituível pelo privado, mas parcerias podem sim se acoplar. Existem experiências para construção de novos espaços, obras físicas e estrutura tecnológica, não substituindo o professor, que é um compromisso do Estado", disse.



Conforme o governador, será papel de Capeluppi realizar o mapeamento de como parcerias poderão se dar com as escolas públicas. Ele reforçou que já há acordos com a iniciativa privada na capacitação dos professores, por exemplo, e que a meta do governo é garantir a aprendizagem na idade certa.

Leite ressaltou a necessidade de mudança na educação, praparando os jovens para um novo mercado de tralhado. O governador afirmou que "ninguém quer voltar ao passado para garantir empregos", citando bancos como exemplo, com a tecnologia permitindo transações à distância.

Aumento para os professores

Sobre aumentos salariais para a categoria, o tucano destacou os números de seu governo anterior. "O salário quando assumimos, em 2019, era R$ 2,5 mil para 40h. Hoje quem entra no Estado recebe R$ 4,2 mil para a mesma carga horária, um avanço de 65% no salário de entrada na carreira e 10% a mais que o piso nacional para quem tem graduação", afirmou.

O governador entende que desoneração do ICMS dos combustíveis impacta na celeridade de novos aumentos. "A velocidade desse avanço depende das receitas. Temos que manter as contas em dia. E se nós somos constantemente sabotados nas nossas receitas por decisões de fora do Estado, isso fere o nosso planejamento. Torço e confio para haja solução para isso", afirmou.


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