2º bloco: Candidatos debatem sobre a Saúde de Porto Alegre

2º bloco: Candidatos debatem sobre a Saúde de Porto Alegre

Tema tomou conta do segundo bloco do encontro promovido pelo Correio do Povo e Rádio Guaíba na Amrigs


Flavia Bemfica

Debate reúne os dez candidatos à prefeitura de Porto Alegre

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No segundo bloco do debate Correio do Povo, Rádio Guaíba e a Associação Médica do RS (Amrigs), os dez candidatos à prefeitura de Porto Alegre presentes responderam a uma pergunta única, feita pelo presidente da Amrigs, Gerson Junqueira Júnior. Lembrando que o Hospital de Pronto Socorro (HPS), administrado pelo governo municipal, é o principal serviço de urgências e emergências da cidade, com mais de 300 atendimentos diários, mas que, historicamente, sofre com a escassez de materiais e insumos, falta de aquisição de tecnologia de ponta e equipamentos, além dos problemas de infraestrutura, o dirigente perguntou quais os projetos dos candidatos envolvem o hospital.

Por ordem estabelecida em sorteio, o primeiro a responder ao questionamento foi o candidato do PP, Gustavo Paim. Ele admitiu que o HPS enfrenta dificuldades de insumos e estrutura física. Como proposta, apontou que a administração municipal pode alienar parte de seu patrimônio em imóveis para captar recursos, fazer uma parceria com a iniciativa privada e transformar em investimentos para reformar ou construir um novo hospital de pronto-socorro.

Na sequência, Fernanda Melchionna (PSol) informou que, como deputada federal, destinou ao HPS R$ 2 milhões em emenda parlamentar para auxiliar nas reformas. Disse que o hospital sofre com a falta de equipamentos e com a falta de um conjunto de profissionais da saúde. Atribuiu esta última ao atual prefeito que, segundo ela, não abre concurso. Disse que governará em conjunto com servidores e profissionais.

Sebastião Melo (MDB) dividiu a solução dos problemas em duas linhas principais. A primeira, segundo ele, é a da manutenção do diálogo com os profissionais do hospital. E a segunda, a da infraestrutura. O candidato afirmou que a instituição vem recebendo melhorias ao longo do tempo, mas admitiu também a necessidade de reestruturação. E disse que caso a opção seja por uma mudança de local, será preciso manter sua centralidade.

João Derly (Republicanos) assinalou que o HPS não tem acessibilidade e nem vagas para pessoas com deficiência (PCDs), citou problemas em escalas de plantonistas e em salas de cirurgia, o sucateamento e a falta de pessoal. Sugeriu a possibilidade de que seja dado início a debate para que a estrutura possa ser transferida a outro local e propôs a intensificação de trabalho na atenção primária para poder desafogar o hospital.

Rodrigo Maroni (Pros) informou que já foi usuário do HPS, criticou outros candidatos e administrações e afirmou que a resposta ao questionamento não poderia ser dada com profundidade por nenhum dos presentes. Segundo ele, quem poderia dar a resposta seriam os servidores públicos, que poderiam, conforme o candidato, fornecer uma resposta menos demagógica que os postulantes ao Paço.

Nelson Marchezan Júnior (PSDB) citou dados da instituição. Conforme ele, o HPS faz hoje 450 exames da Raio-X. Ele disse também que o hospital faz 70% a mais de cirurgias do que fazia antes e que possui tempo de internação 44% menor. Segundo o tucano, a prefeitura está entregando a reforma da enfermaria da traumatologia e trocando os elevadores, implantou sistema de gestão e aprovou a lei da permuta de imóveis.

Manuela D’Ávila (PCdoB) referiu solução em três linhas. A primeira com foco nos trabalhadores do hospital, sem a qual considerou impossível garantir as melhorias. A segunda na necessidade de fortalecimento dos investimentos públicos. E, a terceira, referente ao Samu. Lembrou que o sistema foi implementado durante as administrações petistas, aliadas ao PCdoB, e disse que a reestruturação passará pelo seu fortalecimento.

Valter Nagelstein (PSD) relatou a história de um familiar atendido no hospital para assinalar a qualidade do atendimento. Disse que destinou R$ 600 mil ao HPS em emenda, mas que a verba não chegou, por não ter sido autorizada pelo governo. Afirmou também que no ano passado o deputado Danrlei teria destinado R$ 1 milhão ao Hospital Independência, que apontou como vinculado ao HPS, mas que os recursos também não chegaram.

José Fortunati (PTB) afirmou que em sua gestão os profissionais foram valorizados, foi feita uma ampla reforma da emergência, com investimento de R$ 14 milhões, ocorreu a desapropriação de prédios do entorno para garantir a ampliação necessária e realizados os projetos para garantir a continuidade das reformas. E ressalvou que a troca de local do hospital esbarra na escassez de áreas equivalentes em tamanho e localização estratégica.

Última a responder, Juliana Brizola (PDT) apontou que o programa de obras públicas proposto por sua candidatura inclui o HPS. Também destacou que pretende valorizar os servidores, considerando equivocada a referência aos mesmos como corporações, e defendendo que eles vêm sendo desrespeitados. A candidata se comprometeu ainda a realizar concurso público para a qualificação do sistema de saúde pública de Porto Alegre.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895