Candidatos à prefeitura de Pelotas discutem propostas para a cidade

Candidatos à prefeitura de Pelotas discutem propostas para a cidade

Debate on-line foi promovido pela UFPEL e ocorreu na noite desta segunda-feira. Os 11 postulantes participaram

Angélica Silveira

Candidatos participaram do debate, no qual puderam apresentar suas propostas para Pelotas

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Os 11 candidatos à prefeitura de Pelotas participaram de um debate on-line realizado, no início da noite desta segunda-feira, pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL). No primeiro bloco, postulantes puderam se apresentar e destacar alguns pontos de seus projetos de governo. No segundo bloco, eles responderam questionamentos da comunidade acadêmica. E, por fim, puderam fazer perguntas sobre assuntos livres entre is. A mediadora foi a professora do Instituto de Filosofia Sociologia e Política da Universidade, Elaine da Silveira Leite. 

No primeiro bloco, por sorteio eles fizeram sua apresentação. Adolfo Antônio Fetter Júnior (PP) disse que uma campanha curta, com um mês e meio de duração, afetada pela pandemia de coronavírus foi um desafio. “Diminuiu os contatos e tivemos o desafio de se comunicar por rede social, além do tempo desigual na televisão”, lamentou. Ele se apresentou como alguém que quer mudar com segurança.

João Carlos Cabedal (MDB) falou sobre seu currículo e, na apresentação, disse ter novas propostas pra saúde e segurança, por exemplo. Ivan Duarte abriu explanando sobre seus sete mandatos como vereador e da importância do debate em tempos de pandemia de coronavírus que restringiu a campanha deste ano. “Há 16 anos são os mesmos métodos e projetos com abandono da periferia e servidores públicos. Queremos uma cidade para todos”, enfatizou.

O Coronel Marcus Napoleão (PRTB) enfatizou que é do mesmo movimento que levou Jair Bolsonaro à presidência da República e das metas para saúde e educação. “Entendemos que Pelotas tem que chegar a outro patamar de cidade. Todas as ideias têm que somar, para que possamos colocar Pelotas aonde ela merece”, destacou.

Marcelo Oxley (PODE) falou sobre suas atividades e campanha. “Não tenho um traquejo político. É um trabalho diferente do tradicional tentar buscar os 38% que não acreditam em política”, observou. Tony Secchi (PSB) lembrou de sua história na UFPEL. “A universidade é determinante para o desenvolvimento da cidade”, enfatizou.

Marco Marchand (DEM) falou sobre o seu desejo de profissionalizar a máquina pública. “Querem entregar repartições públicas para a iniciativa privada”. Dan Barbier disse que sua candidatura vem alicerçada no plano nacional do PDT. “Que o povo tenha lugar central na nossa universalidade. O grupo tem coragem para fazer a mudança que a cidade merece”, disse.

Eduardo Ligabue (PCO) lembrou que esta é a primeira candidatura a prefeito de Pelotas do Partido da Causa Operária. “O partido é revolucionário o viés é a crítica ao capitalismo”, comentou. Para o candidato Júlio Domingues é importante o debate pra apresentar as ideias. Ele falou do currículo que representa o povo no poder. “É um projeto da cidade para olhar para as vilas e bairros e dar condições de vida digna para estas pessoas”, disse. 

Atual prefeita e candidata à reeleição, Paula Fernandes (PSDB) abriu sua fala comentando sobre as 157 vítimas do coronavírus em Pelotas e agradecendo a UFPEL pela pesquisa na pandemia. “Nosso cartão de visita é o governo que fizemos. Temos um plano centrado na razão e políticas voltadas para as pessoas”, destacou.

Candidatos responderam questionamentos da comunidade acadêmica 

No segundo bloco os candidatos responderam perguntas da comunidade acadêmica. Ivan Duarte falou sobre a saúde pública em Pelotas. “Precisamos de uma gestão melhor. Temos que articular com a universidade para que o sistema tenha eficiência, e temos que ampliar a estratégia de saúde da família”, disse. Tony Sechi falou sobre os novos desafios causados pela pandemia. “Tivemos R$ 44 milhões enviados pelo Governo Federal e menos de 20% foi investido em saúde. Se pediu que fique em casa, mas não se pensou nas duas mil casas sem banheiro. Temos que pensar na saúde com exames represados”, destacou.

Paula enfatizou que realizou um plano de mobilidade integralmente com recursos próprios. “É uma importante ferramenta para o planejamento e expansão da cidade”, destaca. Para Dan Barbier a gestão pública tem sucateado a cultura. “São dois anos sem investimento no pró-cultura. É conferência de cultura que não ocorre. Queremos 2% do orçamento municipal investido em cultura”, garantiu.

Napoleão falou sobre as propostas para o esporte e o lazer do pelotense. “Temos um projeto de esporte olímpico em turno inverso para tirar as crianças das ruas com atividades esportivas”, observou. Domingos disse que um dos eixos centrais de seu programa de governo é a melhoria da economia e emprego e renda em Pelotas. “Apostamos em microcrédito e política de feiras. O trabalho informal é um caso social e não de polícia”, observa.

Para Fetter, a agricultura familiar tem que ser incentivada para que possa gerar renda em uma pequena área. “É preciso agregar valor ao mel, ao leite, por exemplo, e comprar estes produtos para a merenda escolar”, destaca. Para Oxley, o Pacto Pelotas pela Paz tem que ser trabalhado mais nos bairros. “Dentro dos bairros deve-se colocar um posto da Guarda Municipal, instalar e requalificar o videomonitoramento e devemos dar atenção as zonas das universidades”. 

Marchand acredita que o principal desafio dos Conselhos Municipais é ter uma maior participação. “Os mais fortes são os do terceiro setor que tem previsão de recursos. Devemos buscar mais participação popular nos conselhos”, disse.

Perguntas entre candidatos no terceiro bloco

No terceiro bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si com temas livres. Surgiram temas como  desenvolvimento regional. Para Marchand, o turismo é pouco explorado. Já Domingues acredita que não se deve apostar somente em grandes empresas para gerar emprego e renda.

Oxley disse para a atual prefeita que o governador Eduardo Leite deveria ajudar na pressão para baixar o valor dos pedágios nas BR’s 116 e 392. “Há uma mobilização sobre isto e a pressão deve ser feita no Governo Federal. Tenho me preocupado com o que posso fazer ainda no governo municipal”, rebateu Paula.

Duarte perguntou para Napoleão a opinião sobre o anúncio recente do governo estadual da construção de um hospital de Pronto Socorro em parceria com o município. “Não é o momento de falar do PS. As necessidades de saúde ficam para 2021, que será tratado em paralelo com as necessidades da Covid-19. Parece que descobriu a necessidade agora. Não é o momento de anunciar um hospital pra nossa cidade”, disse Napoleão. Duarte enfatizou que o anúncio é um estelionato eleitoral, quando na realidade faltam médicos. 

Ao fim do debate, a prefeita teve seu pedido de resposta aceito e retornou para se defender. “O HPS Regional será uma realidade. O anúncio foi agora pois o governo estadual está no segundo ano e é quando se faz os anúncios de obras. O primeiro ano foi para arrumar a casa. Irá elevar o atendimento de urgência e emergência”, defendeu. Fetter e Barbier falaram sobre a dívida pública. Segundo Fetter, há R$ 45 milhões que faltam pagar e R$ 388 milhões em dívidas financeiras. Por fim, os candidatos fizeram suas considerações finais.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895