Candidatos apresentam propostas para Porto Alegre a longo prazo

Candidatos apresentam propostas para Porto Alegre a longo prazo

Coletivo POA Inquieta realizou painel com candidatos à prefeitura de Porto Alegre

Henrique Massaro

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O coletivo POA Inquieta realizou um painel com os candidatos à prefeitura de Porto Alegre na noite desta quinta-feira. O encontro teve por objetivo ouvir os postulantes ao Executivo a respeito da Carta POA 2050, documento que reúne elementos para a transformação da Capital e propõe um plano de cidade - e não de governo - a longo prazo.

Fernanda Melchionna (PSol) afirmou que a carta vai ao encontro da ideia de que um novo governo municipal precisa apostar em novas formas de participação popular. “A população tem muita voz, mas o problema é que, em geral, os governos não têm ouvidos e muito do que é falado não se converte em política pública”, comentou. Ainda disse que sua candidatura propõe uma mudança de lógica e novos mecanismos de gestão.

Gustavo Paim (PP) afirmou que sempre acreditou no poder do diálogo e em ouvir e envolver a sociedade na solução dos problemas da cidade. O candidato ainda disse que esteve nas 17 regiões do Orçamento Participativo para conversar com lideranças comunitárias e que seu programa de governo dialoga com as propostas da Carta POA 2050. “É impossível uma administração pública, no século 21, que não seja pautada por um governo aberto.”

João Derly (Republicanos) chamou a atenção para a importância dos dados no século 21 e lembrou que é necessário que haja transparência por parte da prefeitura. Também observou que, apesar de relevante, o Orçamento Participativo, como o nome já menciona, diz respeito ao orçamento, e que entende que é possível fazer uma administração em que as pessoas tenham participação mais efetiva. “Para isso, teremos o Comitê Gestor Deliberativo, que vai alinhar os projetos para que possam chegar na Câmara bem mais ajustados.”

José Fortunati (PTB) lembrou que durante seu período como prefeito, de 2010 a 2017, procurou de todas as formas a participação popular. De acordo com ele, todos os dados foram abertos durante sua gestão e, a partir de 2021, quer um governo ainda mais digital. “Queremos avançar, orientando o cidadão a buscarmos as melhores soluções para a cidade, de forma colaborativa, participativa e transformadora.”

Juliana Brizola (PDT) disse que o que aprendeu com o avô, o ex-prefeito e ex-governador Leonel Brizola, algo que dialoga com o conteúdo da Carta POA 2050. “Ele sempre dizia que os políticos comuns trabalham para as próximas eleições e aqueles que constroem a nação trabalham para as próximas gerações”, comentou. Também disse que sua trajetória é pautada no diálogo, que quer levar para a prefeitura, assim como a participação da sociedade.

Manuela D’Ávila (PCdoB) disse que quer assumir o compromisso de fazer uma gestão inquieta e inconformada frente a desigualdade e afirmou que seu partido e o PT, que compõe a chapa, tem tradição na construção coletiva. “Temos o compromisso de atualizar o que representou o Orçamento Participativo como um mecanismo de escuta permanente da população. O nosso compromisso é o de atualização dessa ferramenta, de valorização dos conselhos e de avançarmos rumo a um governo coletivo.”

Montserrat Martins (PV) se disse totalmente identificado com o conteúdo da Carta POA 2050 e destacou três palavras-chave: participação, planejamento e longo prazo. Afirmou que, se eleito, manterá o papel das 17 regiões Orçamento Participativo, mas quer ir além. “Criar uma forma de participação que chamamos de prefeituras regionais, que seriam oito regiões nas quais o prefeito, vice e membros de secretariado estivesse presente uma vez por mês.”

Nelson Marchezan (PSDB) afirmou que o Pacto Alegre sintetiza muito do conteúdo da Carta POA 2050 e que atualmente tem aproximadamente 90 entidades que fazem parte da mesa deliberativa e tem uma participação efetiva na gestão da cidade. “Muitas vezes esses movimentos de participação acabam tendo muitas sugestões, muitas criticas ou muitos palpites, mas na hora de executar a gente tem grandes dificuldades de que todos realmente participem desse conceito de pensar diferente e fazer juntos.”

Rodrigo Maroni (PROS) afirmou que sua candidatura entende que a prestação de serviços de qualidade e a redemocratização da gestão devem ser prioridade. “Pretendemos que Porto Alegre se torne uma referência nacional em participação popular e gestão democrática." 

Sebastião Melo (MDB) elogiou as propostas colaborativas da Carta POA 2050 e disse que democracia é muito mais do que o direito de votar. Na sua opinião, discutir o planejamento urbano, por exemplo, é mais importante do que o investimento. Afirmou que, se eleito, vai discutir todo o orçamento da prefeitura com participação popular. Ainda chamou a atenção para a atenção das discussões a longo prazo. “Tem que haver um amadurecimento político daquele que assume. Aquilo que está dando certo tem que tocar, não pode mudar.”

Valter Nagelstein (PSD) disse que quando foi secretário de Urbanismo esteve a frente do conselho municipal mais antigo, o do Plano Diretor. Afirmou que tem sua visão alicerçada nos pilares da sustentabilidade, seja econômica, ambiental ou social. “Não existe desenvolvimento social sem desenvolvimento econômico, porque se não tivermos uma sociedade desenvolvida economicamente não temos da onde tirar impostos para fazer as politicas sociais.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895