Candidatos de Porto Alegre têm diferentes desempenho nas redes

Candidatos de Porto Alegre têm diferentes desempenho nas redes

Levantamento solicitado à consultoria especializada mostra aqueles com mais interação com o público pelas mídias sociais na campanha

Henrique Massaro

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Dados solicitados pelo Correio do Povo à consultoria especializada Bites, e que consideram as plataformas Facebook, Twitter, Instagram e YouTube, mostram os diferentes desempenhos dos postulantes à Prefeitura de Porto Alegre nas redes sociais. Os dados foram captados durante a campanha eleitoral. Apesar de a influência na Internet não necessariamente representar votos, o gerente de relações governamentais da Bites, André Eler, chama a atenção para a atuação das candidaturas de esquerda na Capital. “A esquerda em Porto Alegre entendeu mais rápido como funcionam as redes e consegue de forma muito mais efetiva fazer as redes trabalharem para ela”, avalia o gerente. Ele se refere a Manuela D’Ávila (PCdoB), Fernanda Melchionna (PSol) e Juliana Brizola (PDT). Elas apresentam os melhores desempenhos, apesar de Juliana estar praticamente empatada com Nelson Marchezan Júnior (PSDB). 

Primeira colocada nas pesquisas de intenção de voto, Manuela D’Ávila é também a candidata à prefeitura mais forte nas redes sociais na campanha. Ao longo do último mês, ela manteve maior engajamento e, desde o início da campanha, em 27 de setembro, conseguiu um maior número de seguidores do que os demais postulantes. Foram 43 mil a mais, porém, em percentual representa aumento de quase 1%, já que ela tinha mais de 4,4 milhões de seguidores. 

A influência de Manuela nas mídias sociais, que não é recente, chega a ser de seis a sete vezes maior do que a segunda candidata com mais engajamento em seus perfis, Fernanda Melchionna, e mais de dez vezes superior aos restantes. O levantamento feito pela consultoria busca calcular a tração dos perfis oficiais, que é um índice para medir a capacidade dos candidatos de movimentarem os ambientes digitais levando em conta curtidas, comentários e compartilhamentos, de forma semelhante ao funcionamento dos algoritmos das plataformas. “Compartilhamento é um pouco mais importante, porque é mais endosso (ao candidato) ainda e existe um pouco mais de disposição da pessoa”, explica André Eler.

Além da presença efetiva nas redes, o engajamento de Manuela pode ser explicado pelo alcance que tem fora de Porto Alegre, uma vez que foi candidata a vice-presidente da República em 2018 e costuma se posicionar sobre diversos assuntos. Desde antes da campanha, ela já tinha uma presença e um engajamento mais elevados nas redes sociais na comparação com os demais candidatos. Ele reconhece que ainda não foi feita uma comparação das interações entre suas postagens referentes a temas nacionais e pautas especificamente de Porto Alegre.

Apesar de a candidata mais forte nas mídias sociais ser a primeira colocada nas pesquisas, essa relação não é regra. Fernanda Melchionna, por exemplo, tem tração expressiva nas redes e tem aparecido somente na quinta colocação dos levantamentos da disputa. 

Marchezan é o único a perder seguidores

Concorrendo à reeleição, Nelson Marchezan Júnior (PSDB) é o único entre os 11 candidato à prefeitura de Porto Alegre analisados que perdeu seguidores nas redes sociais durante a campanha eleitoral, iniciada em 27 de setembro. Apesar de ser o segundo mais seguido quando somados os perfis no Facebook, Twitter, Instagram e YouTube (ficando atrás apenas da candidata Manuela D’Ávila), o atual prefeito tem atualmente 2.166 pessoas a menos acompanhando suas contas. Em percentual, representa queda de 0,55%. 

 

Uma das possíveis causas para a perda de seguidores é o processo de impeachment que vem sido conduzido contra o prefeito durante a campanha eleitoral. A situação, conforme o gerente de relações governamentais da Bites, André Eler, é atípica. “Nas redes sociais é muito difícil diminuir o número de seguidores, a tendência é crescer”, explica.

Apesar das perdas, ainda há um número significativo de pessoas seguindo o atual prefeito. São cerca de 385 mil, muitos deles conquistados na eleição de 2016. Naquele ano, de acordo com Eler, a influência de Marchezan cresceu, apoiada, por exemplo, por iniciativas como o MBL. 

Coordenador digital da campanha do tucano, Rafa Bandeira afirma que a diminuição dos seguidores já havia sido mapeada e encarada com surpresa, já que a tendência é que os números sempre aumentem durante a disputa. De acordo com ele, não há um motivo que explique a situação, mas questões como o processo de impeachment e a pandemia podem influenciar. 

Montserrat Martins e Rodrigo Maroni ilustram uma situação curiosa. Com menor base de seguidores tiveram os maiores crescimentos percentuais, 11,35% e 13,15%, respectivamente, sendo que tiveram acréscimo de apenas 100 e 50 seguidores. Um destaque entre crescimento de seguidores e de percentual é a candidata Juliana Brizola, que teve mais de 9,2 mil seguidores, o que representou 8,58% a mais. 


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