Clima de confiança marca o dia de votação de Sebastião Melo

Clima de confiança marca o dia de votação de Sebastião Melo

Candidato do MDB à prefeitura de Porto Alegre afirmou diversas vezes que acredita que estará no segundo turno

Henrique Massaro

Sebastião Melo: “Estou muito confiante pro segundo turno".

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Muita confiança de chegada no segundo turno foi o que marcou o dia de votação de Sebastião Melo (MDB). Pesquisas realizadas internamente pela campanha e o último levantamento de intenção de voto, que o colocaram como favorito depois de Manuela D’Ávila (PCdoB), deram novo ânimo para o candidato e lideranças partidárias, algo que se manifestou na maior parte dos discursos e entrevistas concedidas ao longo deste domingo.

O dia de Melo começou muito antes dos primeiros compromissos. O candidato acordou por volta das 4h30min despertado por mensagens e telefonemas que se fariam presentes ao longo de todo o dia. Mas somente às 7h ele concedeu a primeira de várias entrevistas da manhã, à Rádio Guaíba. A valorização do apoio recebido de José Fortunati, que renunciou a candidatura nesta semana, o fato de “conhecer a cidade” – ele foi vice-prefeito entre 2013 e 2017 – e a importância da recuperação econômica, prometendo não deixar nenhum estabelecimento fechado, foram tópicos presentes na maioria de suas manifestações.

Ao longo do dia, Sebastião Melo recebeu o apoio de diversas lideranças políticas. O ex-senador Pedro Simon ligou para desejar boa sorte após ter ido à missa devido ao nervosismo com a disputa. A apreensão do líder histórico do MDB em função do pleito emocionou o candidato. O senador Lasier Martins (Podemos-RS) foi presencialmente cumprimentar Melo e replicou o clima de confiança: “Os votos do Fortunati vêm 70% para ti”, assegurou.

Questionado sobre a migração dos eleitores do ex-prefeito para sua chapa, o emedebista disse lamentar a saída do candidato do PTB e foi cauteloso ao afirmar que esperava receber o apoio, mas que respeitava a decisão de cada cidadão. Melo ainda comentou que a última pesquisa de intenção de voto confirmou o que os levantamentos internos da coligação vinham mostrando e ressaltou que o percentual de indecisos ainda era grande e poderia ser decisivo. “Estou muito confiante pro segundo turno, muito confiante mesmo, mas volto a dizer: cautela e humildade.”

Durante a manhã, ainda ocorreram encontros de candidatos. Primeiro, foi quando Melo acompanhou a votação seu vice Ricardo Gomes (Dem) na Escola Estadual Duque de Caxias, no bairro Azenha, mesmo local em que vota Márcio Chagas, candidato a vice-prefeito na chapa pura do PSol liderada por Fernanda Melchionna. Todos se cumprimentaram e conversaram rapidamente. Mais tarde, durante uma entrevista, o emedebista encontrou Nelson Marchezan Júnior (PSDB). Desta vez, não houve conversa, apenas um breve cumprimento depois que o tucano comentou, em tom de brincadeira: “Todo mundo quer essa foto, Melo”.

Sebastião Melo (MDB) e Nelson Marchezan (PSDB) se cumprimentaram após entrevista | Foto: Guilherme Almeida

Em algumas de suas manifestações, o candidato do MDB chamou atenção para o fato de representar uma candidatura de centro-direita, já que ele se considera um homem de centro e seu candidato a vice se declara um liberal. Trata-se de uma mudança com relação à eleição de 2016, quando Melo concorreu com Juliana Brizola, do PDT, como vice. Na prática, em caso de eleição, a guinada para a direita deverá ser percebida principalmente na economia, onde Ricardo Gomes terá protagonismo. “Me comprometi com o Melo a ser o coordenador da politica de desenvolvimento econômico da prefeitura, então vou estar à frente dessa matéria”, garantiu o democrata, que disse que o posicionamento da candidatura representa a união de forças para “derrotar o projeto do PT”.

Por volta de meio-dia, Sebastião Melo se dirigiu para a Escola Paraíba, na zona Sul, seu local de votação. Ele chegou acompanhado da esposa Valéria e foi recebido por lideranças partidárias, como o presidente do MDB, Alceu Moreira. Logo após deixar a urna, o candidato comentou que esta disputa foi diferente das anteriores, com contato menos direto com eleitores, e que só conseguiu sentir o clima na reta final. “Estou muito convencido que o acolhimento que tivemos na última semana de eleição está nos levando para o segundo turno, vejo isso claramente nas manifestações por onde passo na cidade.”

 


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