Com união de federações de PT e PSol, chapa com Edegar, Ruas e Olívio é confirmada no RS
Roberto Robaina foi oficializado como 1º suplente ao senado; outra vaga será reservada mulher negra, que deve vir do PCdoB
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A federação encabeçada pelo PT, que inclui o PCdoB e o PV, confirmou na manhã deste domingo seus candidatos para as eleições majoritárias, contando com a inédita união do PSol no RS. O deputado estadual Edegar Pretto encabeça a chapa na disputa ao Piratini, que tem o ex-governador Olívio Dutra como postulante ao Senado, em um mandato que promete ser coletivo. Além disso, junto com a federação PSol-Rede, foram oficializados os nomes de Pedro Ruas a vice e Roberto Robaina como primeiro suplente ao senado.
A segunda suplência segue em aberto, havendo, no entanto, a definição que caberá a uma mulher negra. O pedido teria sido do próprio Olívio, acatado na convenção, realizada no auditório de um hotel no centro de Porto Alegre. O presidente estadual do PT, Paulo Pimenta, afirma que a escolha do nome depende de conversas com os cinco partidos das duas federações. No entanto, a vaga deve ficar com o PCdoB.
"Tenho certeza que os companheiros do PCdoB têm mulheres negras e qualificadas que estarão conosco", disse Olívio, destacando que, se eleito, o mandato no Senado não será seu, mas colaborativo e coletivo. Questionado como vai funcionar esse mandato, o candidato disse que o formato ainda está sendo discutido e definido em conjunto com as siglas. Olívio defendeu a democracia e o respeito às instituições, como o Poder Judiciário, o desenvolvimento do agronegócio com responsabilidade, mas sem concentração de propriedades na mão de poucos produtores.
Edegar Pretto assinou a Carta de Palavra e Compromisso com os Gaúchos e Gaúchas, documento que elenca medidas de um eventual governo. Como compromisso número um, a carta traz o combate à fome, com financiamentos para agricultura solidária e investimento na infraestrutura para o escoamento da produção. "Por onde tenho passado, por mais difícil que seja, as pessoas não querem esmola, querem oportunidade", disse Edegar.
O texto fala ainda no fortalecimento do SUS, na área da saúde, em valorização da categoria e reformas em escolas, na educação, além da manutenção da Corsan e do Banrisul públicos. "A palavra para nós é muito mais que um contrato ou documento. É palavra de gaúcho!", disse o candidato ao firmar o documento.
Na convenção, a federação Brasil da Esperança, que íntegra o PT, PCdoB e PV, anunciou nominata completa às eleições proporcionais. Serão 56 candidatos a deputado estadual e 32 a deputado federal, em um total de 88 candidatos.
Inédita parceria
A entrada de Olívio Dutra na disputa é apontada como crucial para a "engenharia política" envolvida para a união de PT e PSol. A presidente estadual do PSol, Luciana Genro, parabenizou Pimenta como condutor dessa aliança. Em momento que arrancou aplausos dos presentes, a deputada confraternizou com o pai, Tarso Genro, no palco do ato. "Fazia tempo que não ficávamos juntos, em um mesmo palanque, no primeiro turno", disse antes de abraçar Tarso. A última vez, lembrou ela, foi há vinte anos, em 2002.
No começo da semana passada, o nome de Olívio foi anunciado na corrida pelo Senado, em um mandato coletivo. Após costuras, o PSol topou retirar candidatura própria, ingressando na chapa de Edegar. O martelo foi batido na última sexta-feira.
"Dizia que durante a semana, cada enxadada que dávamos, não sai apenas minhoca, saía petróleo", brincou Pretto ao celebrar a aliança. Ele rechaçou críticas de que o campo mais à esquerda no RS não conseguia se unir.
Esforço junto ao PSB
Olívio fez questão de citar o PSB, não fechando as portas para o partido que, nacionalmente, está coligada a federação. "Fizemos todo esforço para que o PSB estivesse presente. Não conseguimos ainda. Mas isso não nos impede de considerar o PSB um partido do nosso campo", afirmou, dizendo que há muitos militantes socialistas que gostariam de apoiar a frente.