Crise interna: presidente do PRTB no Rio Grande do Sul renuncia

Crise interna: presidente do PRTB no Rio Grande do Sul renuncia

Com decisão, pré-candidatura de Carmen Flores à Câmara pode ser revista

Felipe Nabinger

Carmen, a presidente nacional do PRTB, Aldineia Fidelix, e Natalino Sarapio em evento em maio na Capital.

publicidade

Partido que tem como principal nome Carmen Flores, pré-candidata à deputada federal, o PRTB vive uma crise no Estado. Na última quarta-feira, o presidente estadual da sigla, Natalino Sarapio, renunciou ao cargo, alegando interferência da executiva nacional, que teria tirado a autonomia do diretório gaúcho, inviabilizando alianças com imposições que “minguaram o planejamento da estrutura” da legenda no RS. Sarapio havia optado pelo apoio a Roberto Argenta (PSC). Não recebendo aval da direção nacional, ele decidiu por deixar o posto de presidente estadual e coordenar a campanha de Argenta no norte do Estado.

Carmen, que em 2018, pelo PSL, fez mais de 1,5 milhão de votos para o Senado, mas em 2020, já no PSC, não chegou a mil para a vaga de vereadora em Porto Alegre, foi procurada pela direção nacional do PRTB, que fez o convite para que assumisse o partido no Estado. A empresária declinou, reforçando que não pretende ocupar esse tipo de liderança partidária depois do que ocorreu à frente do PSL. “Sofri demais com essa situação. Muitas calúnias e perdas financeiras. Vi meu nome em lamaçal de mentiras. Tive uma multa, que é muito diferente de um processo”, diz, referindo-se aos cerca de R$ 160 mil que foi acusada de desviar dos cofres da sigla, fato que a pré-candidata credita a um erro contábil. Ela garante que vem fazendo a quitação do valor.

Desgostosa com a situação da sigla, Carmem Flores diz que a chance que desista da pré-candidatura "é muito grande", mas a decisão deverá ficar para próxima semana, quando a legenda deve ter um novo comando estadual. Questionada pelos dirigentes nacionais sobre um caminho para coligação no Estado, Carmen revela que tratou de ampliar o leque, opinando pelo veto às pré-candidaturas do PT e demais partidos esquerda e de Onyx Lorenzoni (PL), com quem rompeu ligações. Na visão dela, o Estado estará bem administrado caso eleja Eduardo Leite (PSDB) ou Luis Carlos Heinze (PP).


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895