Em debate, candidatos ignoram polêmicas sobre vacinas e escolas

Em debate, candidatos ignoram polêmicas sobre vacinas e escolas

Evento promovido pelo colégio Anchieta reuniu oito dos 12 postulantes à prefeitura da Capital

Flavia Bemfica

Colégio Anchieta promoveu debate entre candidatos à Prefeitura de Porto Alegre

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Para diferentes áreas, sobraram promessas dos candidatos à prefeitura de Porto Alegre no debate promovido no final da manhã desta quarta-feira pelo colégio Anchieta. O encontro, dividido em seis blocos, reuniu, de forma virtual, durante pouco mais de duas horas, oito dos 12 postulantes ao Paço: Manuela D’Ávila (PCdoB), José Fortunati (PTB), Sebastião Melo (MDB), Fernanda Melchionna (PSol), João Derly (Republicanos), Valter Nagelstein (PSD), Gustavo Paim (PP) e Montserrat Martins (PV). O critério de participação, conforme a escola, foi de inclusão daqueles que obtiveram 3% ou mais de intenções de voto na pesquisa Ibope divulgada em 5 de outubro. Ainda de acordo com a organização, como ocorreram desistências, foram feitos convites para mais candidatos. O prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) e a deputada Juliana Brizola (PDT), que tiveram pontuação superior a 3%, não compareceram. A assessoria da campanha de Marchezan informou que foi necessário fazer uma opção entre agendas. A mesma justificativa foi dada pela assessoria de Juliana.

No evento, Manuela disse que vai transformar Porto Alegre na capital nacional da sustentabilidade, que criará uma empresa pública para solucionar a questão envolvendo o Instituto Municipal de Estratégia de Saúde da Família (Imesf) e que vai retomar uma câmara de compensação tarifária para tratar do transporte coletivo. José Fortunati (PTB) anunciou investir fortemente em tecnologia da informação e se comprometeu a adotar uma posição muito clara contra a instalação da Mina Guaíba. O mesmo compromisso foi assumido por Montserrat Martins (PV), que prometeu ainda retomar o programa Pró-Guaíba. Sebastião Melo (MDB) se comprometeu a suspender os aumentos do IPTU e “acabar com a papelada do alvará”.

Fernanda Melchionna (PSol) disse que vai aumentar o número de centros de referência para mulheres vítimas de violência, instituir um secretariado paritário e ampliar a lei Maria da Penha nas escolas. João Derly (Republicanos) prometeu a criação de um aplicativo para tratar dos serviços de zeladoria e de uma rede de observatórios da cidade. Valter Nagelstein (PSD) anunciou um programa no qual mulheres serão municiadas com um dispositivo eletrônico para acionarem em caso de violência, que denominou de ‘botão do pânico’, e disse que vai regularizar 457 vilas da Capital. Gustavo Paim (PP) se comprometeu com o fim de alvarás para atividades de baixo risco e com o estabelecimento de prazos máximos nas tramitações em órgãos municipais.

O assunto do dia, a sucessão de posições contraditórias do governo federal a respeito da compra da vacina Coronavac, não foi abordado pelos candidatos. O mesmo aconteceu com a polêmica sobre a reabertura das escolas. E, ainda, com a judicialização de ambos os temas.

Para além das falas dos candidatos, os cenários escolhidos chamaram a atenção. Montserrat tinha, ao fundo, além da tradicional estante de livros, uma parede na qual aparecia uma réplica da Monalisa, de Leonardo Da Vinci. Fortunati participou de um estúdio de gravação no qual o destaque ficou por conta do monitor onde se lia o slogan + Porto-Alegrista. Manuela estava em uma sala com livros, fotos com a filha, desenhos e um cartaz de seu livro Revolução Laura. Melo se encontrava em uma sala residencial. Melchionna tinha ao fundo muitos livros e o slogan de campanha Poa Pede Coragem. Paim também ficou à frente de uma estante com livros. Derly e Nagelstein optaram por ter ao fundo banners de suas candidaturas.


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