Eleições

Fernanda Melchionna aposta na renovação da esquerda

Candidata à prefeitura de Porto Alegre pelo PSol foi a oitava dos 13 candidatos pela Rádio Guaíba

Fernanda Melchionna (PSol) não desvencilhou sua campanha da oposição ao governo federal
Fernanda Melchionna (PSol) não desvencilhou sua campanha da oposição ao governo federal Foto : Cleia Viana/Câmara dos Deputados/Divulgação/CP

A candidata à prefeitura de Porto Alegre, Fernanda Melchionna (PSol) disse nesta sexta-feira que sua candidatura representa uma esquerda renovada para combater a extrema-direita no país. Sem desvencilhar sua campanha para o Executivo municipal de sua oposição ao governo do presidente Jair Bolsonaro, a atual deputada federal afirmou, em entrevista ao programa Esfera Pública, da Rádio Guaíba, que pretende combater a corrupção e os privilégios partidários que considera presentes na atual gestão da Capital.

“Nós do PSol temos uma longa história de constituição de uma esquerda coerente, que combate a corrupção, os privilégios e que, mesmo sem a caneta, conseguiu fazer a diferença na vida da cidade”, afirmou Melchionna, referindo-se a questões como a redução da tarifa de ônibus e do salário de vereadores, das quais esteve à frente enquanto vereadora de Porto Alegre, entre 2009 e 2019. Oitava dos 13 candidatos que serão entrevistados na emissora, Melchionna diversas vezes falou sobre a necessidade de “enfrentamento ao bolsonarismo”, que considera importante mesmo em uma eleição municipal.

“Em janeiro de 2021 o Bolsonaro vai tirar o auxílio emergencial que nunca quis pagar”, disse a candidata, ao afirmar que propõe uma medida de combate à sonegação de impostos e propostas que permitam reaver dívidas milionárias para instituir um auxílio emergencial municipal. Também citou que quer cortar 70% dos cargos comissionados do município e reduzir o salário de prefeita, vice-prefeito e secretários para o mesmo de uma professora em final de carreira, o que, segundo ela, pode promover uma economia de R$ 65 milhões.

Sobre a ausência de uma frente popular de esquerda nessa eleição, Melchionna atribuiu a responsabilidade à candidata Manuela D’Ávila, do PCdoB, e ao PT, que conforme ela não aceitaram uma unidade. “Acho que para enfrentar a extrema-direita precisamos construir uma esquerda renovada e antissistema, que coloque a luta democrática no centro da agenda politica.”

Fernanda Melchionna ainda afirmou que é necessário reconhecer os impactos da pandemia na Educação, instituindo a escola em tempo integral em 2021 através de uma discussão democrática com a comunidade escolar em 2020 para repensar a melhor forma de repor os conteúdos perdidos. Também citou que o diálogo com os municipários deve estar presente em toda a gestão e que a demissão dos trabalhadores do Imesf deve ser revertida através da criação de uma empresa pública.