Lula fala sobre combate à fome e atenção à educação em Porto Alegre

Faltando cerca de duas semanas para o primeiro turno das eleições gerais, o ex-presidente e candidato à presidência da República, Lula (PT), escolheu Porto Alegre para realizar comício na noite desta sexta-feira. O evento ocorreu no Largo Glênio Peres, no centro da Capital, e rodeado de um forte esquema de segurança.

Antes da atividade eleitoral, Lula concedeu coletiva em um hotel, localizado há poucas quadras de distância. Por cerca de 30 minutos, ele conversou com jornalistas e destacou as motivações para concorrer novamente à presidência da República. “O ser humano tem que ter uma causa. A minha nesse instante é recuperar o direito de as pessoas viverem dignamente”, afirmou, dizendo estar em um momento muito feliz da sua vida, aos 76 anos. Logo em seguida chamou Janja, a sua esposa. 

Aos jornalistas, ele defendeu a necessidade de medidas para o combate à fome. Também ressaltou a importância de ampliar os investimentos na educação, ao comentar os dados recentes do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

Assim como já disse em outras ocasiões, Lula afirmou que, se eleito, vai revogar todos os decretos de sigilo de cem anos no âmbito da Presidência da República. Ao ser questionado sobre corrupção e os processos, Lula disse que os casos de desvio só aparecem quando há fiscalização, caso contrário, ficam escondidos. Nesse sentido, lembrou ainda que órgãos de fiscalização foram criados em seu governo. Entre eles, voltou a citar Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), embora o conselho já existisse no governo de Fernando Henrique Cardoso. 

Outra proposta foi em relação ao combate ao desmatamento no país. “Seremos duros. Não haverá garimpo ilegal em terra indígena. Os empresários responsáveis não querem fazer coisas erradas. Vou criar o ministério dos Povos Originários”.

Situação fiscal do RS

A coletiva foi feita ao lado de lideranças partidárias. Ao seu lado estiveram Edegar Pretto (PT) e Pedro Ruas (PSol), respectivamente, candidatos a governador e vice no Rio Grande do Sul. Em relação ao Estado, ele respondeu questionamento sobre a adesão do Estado ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). A atual gestão assinou contrato neste ano e a vigência começa em 2023. Sobre isso, disse que, se eleito, irá se reunir com os governadores e prefeitos para discutir a situação. “Preciso conhece a real situação do Rio Grande do Sul para ver o que é possível fazer”, ressaltou, ao defender ainda a recuperação da boa relação entre os entes federados. 

Questionado sobre o Regime de Recuperação Fiscal do RS, Lula volta a dizer que vai "sentar e conversar" com governadores. "Preciso conhece a real situação do RS para ver o que é possível fazer". Foto: @piccini_matheus @correio_dopovo pic.twitter.com/komol96cXa

— Felipe Nabinger (@felipenabinger) September 16, 2022

Foto: Fabiano do Amaral

Movimentação no Glênio Peres

A movimentação foi intensa no Largo Glênio Peres, ao lado do Mercado Público de Porto Alegre desde à tarde. Houve reforço na segurança. Enquanto Lula concedia coletiva, outros integrantes do PT e do PSol ocupavam o palanque montado para discursar. Após, as presenças da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-governador e atual candidato ao Senado pelo Rio Grande do Sul, Olívio Dutra, também foram saudadas pelo público presente.

Além disso, lideranças do PT, PCdoB, Rede, PSol e PV também estiveram presentes no palco. Integrantes do Avante, que no RS está coligado com o PDT, mas nacionalmente com Lula, estiveram no ato. Apesar da chapa nacional do PT ser com o PSB, lideranças estaduais da sigla não estiveram presentes.

*Com informações do repórter Felipe Nabinger