Ministro da Defesa reitera pedido de "reunião específica" entre Forças Armadas e TSE

Ministro da Defesa reitera pedido de "reunião específica" entre Forças Armadas e TSE

Novo documento foi enviado à Corte Eleitoral nesta segunda-feira por Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

R7

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, ministro da Defesa

publicidade

Em novo ofício encaminhado nesta segunda-feira ao Tribunal Superior Eleitoral, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, reiterou o pedido de uma "reunião específica" entre as equipes técnicas da Corte e das Forças Armadas.

"Haja vista que o aprofundamento da discussão acerca de aspectos técnicos complexos suscita tempo e interação presencial, que não estão contemplados da supramencionada reunião da CTE/OTE", diz o documento obtido pelo R7.

No mesmo documento, o ministro da Defesa confirmou a participação do representante das Forças Armadas na reunião da Comissão de Transparência das Eleições e do Observatório de Transparência das Eleições (CTE/OTE), marcada para esta segunda-feira (20), às 15h.

Primeiro pedido

Na última quarta-feira (15), Nogueira havia enviado ofício ao TSE solicitando um encontro das equipes técnicas das Forças Armadas e do Tribunal. Segundo o ministro, a reunião seria necessária para diminuir "eventuais divergências técnicas" que surgiram com os trabalhos da comissão e debater propostas dos militares.

"Reitero a certeza de que a manutenção do diálogo é um importante instrumento para a construção de soluções que contribuam para o ambiente de paz e de tranquilidade da sociedade brasileira", diz o ofício.

O pedido de reunião feito pela Defesa ocorre em um momento de desgastes entre Forças Armadas e Tribunal Superior Eleitoral. O ministro Paulo Sérgio Nogueira reclamou recentemente para o presidente do TSE, Edson Fachin, que os militares não se sentem prestigiados pela corte, já que sugestões de melhorias para o sistema eleitoral não foram acatadas.

Em 2021, as Forças Armadas foram convidadas pelo TSE para integrar a Comissão de Transparência das Eleições, feita para coletar recomendações de órgãos públicos e da sociedade civil, aprimorando o processo eleitoral. Os militares encaminharam sete propostas à corte, mas Nogueira ponderou que até hoje o TSE não analisou esses pontos "por ter sinalizado que não pretende aprofundar a discussão".

Questionamentos

Como o R7 mostrou, pela primeira vez em 26 anos de uso das urnas eletrônicas, as Forças Armadas questionaram o TSE sobre o sistema de votação. Em fevereiro deste ano, o TSE respondeu, em 69 páginas, às dúvidas dos militares.

Dois meses depois do envio dos questionamentos, o Ministério da Defesa encaminhou sete sugestões, alegando que, se acatadas, elevariam a segurança do processo de escolha dos eleitores.

O TSE respondeu que o prazo para qualquer alteração se encerrou em outubro do ano passado e considerou que não foram apontadas vulnerabilidades relevantes para pôr em risco a integridade do voto. Por lei, as mudanças relacionadas às eleições ficam vedadas no período de um ano antes da votação.


Assinante
Exclusivo para assinantes
Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895