"Não aceitamos alegação de fraude", diz Aras sobre urnas eletrônicas

"Não aceitamos alegação de fraude", diz Aras sobre urnas eletrônicas

Sem citar Bolsonaro, procurador-geral da República publicou um vídeo com esclarecimentos sobre o processo eleitoral 

R7

Procurador-geral da República completa nesta sábado um ano no cargo

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, postou um vídeo nesta quinta-feira, 21, com esclarecimentos sobre o processo eleitoral brasileiro e a segurança das urnas eletrônicas. Aras não cita diretamente o presidente Jair Bolsonaro (PL), mas a publicação coincide com o momento em que ele é pressionado por procuradores que pedem a abertura de investigação contra o chefe do Executivo por ataques ao sistema eleitoral brasileiro. 

O vídeo compila cinco minutos de uma entrevista que o chefe do Ministério Público Federal concedeu à imprensa estrangeira no dia 11 de julho. "Diante dos últimos acontecimentos no país, o procurador-geral da República, Augusto Aras, recorda a necessidade de distanciamento, independência e harmonia entre os poderes, e que as instituições existem para intermediar e conciliar os sagrados interesses do povo", diz o texto do vídeo antes da fala do procurador-geral. 

Em seguida, Aras comenta que não será aceita a "alegação de fraude" nas eleições. "Temos visto o sucesso da urna eletrônica nos últimos anos", garante. 

Aras também falou sobre atos de violência política e discurso de ódio. "A polarização no Brasil não é diferente de outros países, nós aqui temos não só buscado medidas judiciais que punam culpados, mas também promovido programas de pacificação social e de respeito aos contrários. Compreendemos que a democracia é o governo dos contrários, que a democracia passa por uma tensão permanente, mas uma democracia se revela mais forte quando ela consegue resistir a essa pressão contínua, e nós temos as nossas instituições funcionando", disse.

Na segunda-feira, presidente reuniu embaixadores e representantes de missões diplomáticas no Palácio da Alvorada e levantou novamente suspeitas sobre a segurança das urnas eletrônicas, sem apresentar provas, e atacou ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e do Supremo Tribunal Federal (STF).

Na terça-feira, nove deputados federais de oposição protocolaram uma representação no STF contra Bolsonaro por ataques às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral em reunião com embaixadores ocorrida na segunda-feira.

No documento, os parlamentares afirmam que os ataques feitos constantemente configuram "crime contra as instituições democráticas, crime de responsabilidade e crime eleitoral, bem como propaganda eleitoral antecipada e ato de improbidade administrativa". A relatoria do caso ficou com a ministra Rosa Weber.


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