Na Federasul, candidatos evitam responder sobre aumento de impostos

Na Federasul, candidatos evitam responder sobre aumento de impostos

Sete dos 11 postulantes ao Piratini foram questionados nesta quarta-feira sobre tributos, privatizações e reformas estruturais

Flavia Bemfica

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A pergunta "três em um" direcionada pela Federasul aos sete candidatos ao governo do Estado, que participaram do painel promovido pela entidade na tarde desta quarta-feira, tinha o intuito de fazer com que os postulantes ao Piratini esclarecessem se pretendem aumentar impostos ou fazer privatizações. Mas parte deles não respondeu. E parte deu respostas incompletas.

No terceiro bloco do painel, a entidade perguntou quais ações o candidato, caso eleito, pretende desenvolver para garantir o equilíbrio fiscal e assegurar a capacidade de investimento do Estado. Se pretende aumentar impostos ou realizar reformas estruturais e privatizações para sanar as contas públicas. E, no caso de reformas e privatizações, quais serão e quando serão apresentadas.

Primeiro a falar, o candidato do PSB, Vicente Bogo, defendeu o equilíbrio fiscal e o aumento da receita pela geração de novos negócios e manutenção de empresas. Foi o único a responder claramente sobre tributos, mas fez uma ressalva. “Não tenho a menor intenção de aumentar impostos. Se a vida exigir alguma conversa, vamos dialogar”, resumiu.

Na sequência, o candidato do PT, Edegar Pretto assinalou que enquanto o governo do Estado comemora superávit, um quarto da população não está consumindo. Disse ser totalmente contra privatizar áreas essenciais, criticou o processo de privatização da CEEE e afirmou que, se eleito, vai anular os atos de privatização da Corsan.

O candidato do PDT, Vieira da Cunha, afirmou que tem compromisso com a eficiência da gestão, mas ressalvou que não esperem dele privatizações, classificou o processo de venda da CEEE como um escândalo e disse que interromperá o processo de privatização da Corsan.

O candidato do PP, Luis Carlos Heinze, declarou que o atual governo "pagou zero" da dívida com a União, anunciou que vai vender os imóveis do Estado e cobrar dívidas, e se comprometeu a estudar o processo de privatização da Corsan, mas ressalvou que estatais não podem ser alienadas ‘a preço de banana’.

O candidato do PL, Onyx Lorenzoni, voltou a acusar diretamente o ex-governador e candidato do PSDB, Eduardo Leite, de mentir sobre os números; citou iniciativas do governo federal e criticou a forma como o governo gaúcho aderiu ao regime de recuperação fiscal.

Leite, que respondeu à pergunta na sequência, de novo começou sua fala respondendo a Onyx, dizendo que ele, como deputado, deveria estar em Brasília, e não no painel. Disse que o equilíbrio das contas no RS é uma realidade e que agora é possível avançar na agenda para o desenvolvimento.

O candidato do Novo, Ricardo Jobim, defendeu a adoção de parcerias público-privadas e de um Estado menor, disse que os dados positivos que estão sendo mostrados sobre as contas do RS são ocasionais e que o resultado de superávit deve ser investigado.

Nas considerações finais, Leite voltou a ser alvo de críticas dos concorrentes, que cunharam o termo ‘renunciante’, em referência ao fato de o tucano ter renunciado ao cargo e agora tentar voltar.


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