Os bastidores do debate à prefeitura de Porto Alegre

Os bastidores do debate à prefeitura de Porto Alegre

Dez candidatos discutiram projetos para a cidade, mas também compartilharam momentos de descontração

Mauren Xavier

Clima de descontração predominou antes do debate

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Foram mais de três horas de debate, com direito a muitos momentos acalorados, acusações e críticas entre dez dos candidatos que disputam a prefeitura de Porto Alegre. Porém, o encontro desta terça-feira na Amrigs também foi feito de alguns momentos de descontração e de curiosidades. 

Promovido por Correio do Povo, Rádio Guaíba e Amrigs, o debate presencial, em um período atípico, em função da pandemia, foi cercado de cuidados. Ao chegarem ao prédio do teatro da Amrigs, os candidatos tiveram a temperatura medida e utilizaram a máscara, que foi retirada durante o debate propriamente dito. Cada púlpito foi posicionado com dois metros de distância, mas em alguns momentos, a distância parecia bem menor, pelo calor da discussão.

​Cada púlpito foi posicionado com dois metros de distância. Foto: Ricardo Giusti

Mesmo antes de a discussão ter início, já era possível ver algumas movimentações no saguão do teatro da Amrigs. Manuela D'Ávila foi a primeira a chegar. No momento inicial, os candidatos conversaram despreocupados, fazendo quase desaparecer a sensação de que era uma disputa eleitoral.

Valter Nagelstein e João Derly antes do debate. Foto: Ricardo Giusti

Outros, como Sebastião Melo, aproveitaram para repassar as regras do debate e fazer as últimas conferências em dados. 

Antes do debate, Manuela e Fernanda conversaram. Foto: Ricardo Giusti

Os cumprimentos com o cotovelo ou com o punho também fizeram parte do encontro, já que apertar as mãos não é recomendado em função da pandemia. 

Gustavo Paim chegou animado ao local, após duas semanas fora da campanha de rua, por ter contraído Covid-19. Inclusive, antes de cumprimentar os concorrentes já avisava estar curado. Mesmo assim, foi questionado sobre sua recuperação. Ele confidenciou que foi difícil o período em que teve que ficar longe das mobilizações de rua.

Encontro de vices. Sebastião Melo, vice de Fortunati, e Gustavo Piam, vice de Marchezan. Foto: Ricardo Giusti

Aquele que viria a ser o principal alvo dos concorrentes,o prefeito Nelson Marchezan Júnior foi o último a chegar. Ele desceu do carro faltando apenas 11 minutos para o início oficial, o que fez com que não tivesse contato com os demais candidatos, que já estavam posicionados na plateia.

Por motivos de segurança, as bancadas foram montadas no meio do espaço que seria da plateia, e no palco ficou apenas o mediador, o gerente-geral da Rádio Guaíba, Guilherme Baumhardt.

 Guilherme Baumhardt foi o mediador do debate. Foto: Ricardo Giusti

A posição dos postulantes, que foi definida em sorteio anteriormente, aumentou o clima de tensão em alguns momentos. Como o fato de Manuela D'Ávila ter ficado entre José Fortunati (PTB), que aparece em segundo lugar nas pesquisas recentes, e do outro lado Rodrigo Maroni, que fez ataques diretos à candidata em vários momentos.

Ou ainda a posição entre Fernanda Melchionna e Gustavo Paim, que discutiram já no primeiro bloco sobre suas divergências ideológicas.

Apesar da divergência no primeiro bloco, Melchionna e Paim conversam em tom descontraído no intervalo. Foto: Ricardo Giusti

Apesar das transmissões e das diversas câmeras apontadas para os candidatos, nem tudo pode ser acompanhado pelas transmissões nas redes sociais. Como quando o candidato Gustavo Paim fez críticas ao prefeito Nelson Marchezan Júnior, na metade do terceiro bloco, e fez com que alguns presentes ficassem surpresos e gerou movimentação na plateia, formada de poucos assessores.

Paim faz acusações contra Marchezan e dá detalhes sobre sua saída do governo. Foto: Ricardo Giusti

Ou ainda quando um candidato fazia uma determinada manifestação e, simultaneamente, o adversário já levantava a mão para pedir direito de resposta. Foram algumas solicitações ao longo do debate, mas apenas uma efetivada, de Manuela D'Ávila. 

Outro momento que passou desapercebido foi quando descolou o adesivo do blazer do candidato Sebastião Melo, que rapidamente foi recolocado por Maroni, que estava ao seu lado. A quantidade de água que Manuela tomou durante o debate também chamou a atenção. Em alguns momentos, ela tinha nada menos que 3 garrafas lado a lado, enquanto os demais uma só. "Avisei que tomava bastante água", disse, sem deixar de beliscar um chocolate cacau 70, que deixou em um saquinho no púlpito. Com o debate em andamento, mesmo com uma banqueta alta, para sentarem, alguns passaram a maior parte do tempo em pé.

Outra cena marcante de todo o debate e que acabou ficando de fora da transmissão foi a sincronia entre assessores e candidatos. Apesar de uma comunicação constante, via celular, bastava chegar o momento do intervalo que eles iam ao encontro dos seus assessorados.

Juliana Brizola e o assessor repassam detalhes no intervalo. Foto Ricardo Giusti

É nessa hora em que comentários – quase sempre cochichados – são feitos, assim como são repassados últimos dados que podem ser úteis no bloco que está para começar.

Gustavo Paim recebe orientações do assessor Cleber Benvegnú. Fioto: Ricardo Giusti

E mesmo com a competição, também foi possível ver momentos de descontração e comentários bem humorados sobre alguns pontos do bloco que havia terminado há pouco.

Manuela e Fortunati conversam no intervalo, com a presença do vice do petebista, André Cecchini. Foto: Ricardo Giusti

E em tempos de pandemia, a realização de um debate frente a frente, faz diferença. “Debate presencial é outra coisa”, comentou uma assessora, ao final de mais um embate entre os candidatos. “Tem energia.”

 

 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895