Em carta aberta, irmão de Eduardo Campos defende que Marina seja candidata
Durante a tarde, familiares e amigos do ex-governador participaram de missa privada
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Durante a tarde desta quinta, a reportagem da Rádio Guaíba ouviu, na capital pernambucana, o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro Filho, colega na Corte da também ministra Ana Arraes, mãe de Campos. Monteiro Filho, que visitou a casa da família, era amigo próximo de Eduardo Campos e revelou ter passado a ser interlocutor entre ele e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde que ambos se desentenderam.
Por volta das 16h30min, uma missa privada também foi realizada na casa de Eduardo Campos, restrita a familiares e amigos próximos, como o deputado federal gaúcho José Luiz Stédile. Aproximadamente 50 pessoas estiveram na cerimônia.
Já o clube Náutico Capibaribe, de Recife, do qual Campos era torcedor, cogita uma homenagem ao ex-governador, estampando o nome e a foto dele na camiseta a ser usada pelos jogadores na próxima partida da agremiação.
Veja na íntegra a carta aberta de Antônio Campos:
“NÃO VAMOS DESISTIR DO BRASIL
A minha perda afetiva do único irmão é imensa, mas é grande a perda do líder Eduardo Campos, político de talento e firmeza de propósitos.
A nossa família tem mais de 60 anos de lutas políticas em defesa das causas populares e democráticas do Brasil. O meu avô Miguel Arraes foi preso e exilado, não se curvando à ditadura militar. Eduardo Campos continuou o seu legado com firmeza de propósitos, tendo trazido uma nova era de desenvolvimento para Pernambuco. Desde 2013 vinha fazendo o debate dos problemas e do momento de crise por que passa o Brasil, querendo fazer uma discussão elevada sobre nosso país. Faleceu em plena campanha presidencial, lutando pelos seus ideais e pelo que acreditava.
O mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e de correr o risco para viver os seus sonhos pessoais e coletivos. Ambos faleceram, no dia 13 de agosto, e serão plantados no mesmo túmulo, no Cemitério de Santo Amaro, em Recife, túmulo simples, onde consta uma lápide com a frase do poeta Carlos Drummond: “ tenho duas mãos e o sentimento do mundo”. Essas sementes de esperança e de resistência devem inspirar uma reflexão sobre o Brasil, nesse momento, para mudar e melhorar esse país, que enfrenta uma grave crise, sendo a principal dela a crise de valores. Não vamos cultivar as cinzas desses dois grandes líderes, mas a chama imortal dos ideais que os motivava.
Como filiado ao PSB, membro do Diretório Nacional com direito a voto, neto mais velho vivo de Miguel Arraes, presidente do Instituto Miguel Arraes – IMA e único irmão de Eduardo, que sempre o acompanhou em sua trajetória, externo a minha posição pessoal que Marina Silva deve encabeçar a chapa presidencial da coligação Unidos Pelo Brasil liderada pelo PSB, devendo a coligação, após debate democrático, escolher o seu nome e um vice que una a coligação e some ao debate que o Brasil precisa fazer nesse difícil momento, em busca de dias melhores. Tenho convicção que essa seria a vontade de Eduardo.
Agradeço, em nome da minha família enlutada, as mensagens do povo brasileiro e de outras nacionalidades.”
* Repórter Gabriel Jacobsen é enviado especial a Recife