Empreiteiras transferiram dinheiro para Paulo Vieira no exterior, diz procurador
Ex-diretor da Dersa foi preso nesta terça-feira em nova fase da Lava Jato
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Três empreiteiras transferiram recursos para conta do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza na Suíça, de acordo com o procurador da República Roberson Pozzobon. Paulo Vieira foi preso nesta terça-feira na 60ª fase da Operação Lava Jato, chamada de Ad Infinitum. Segundo Pozzobon, a Camargo Correa transferiu 309 mil dólares em 2008, a Andrade Gutierrez 643 mil dólares também em 2008 e a Odebrecht 275 mil dólares em 2007. A suspeita é que Vieira tenha ajudado a lavar dinheiro no esquema de corrupção investigado utilizando contratos e joint ventures de fachada.
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Os investigadores descobriram entre os documentos uma solicitação para entrega de um cartão de crédito aos cuidados do ex-ministro das Relações Exteriores e ex-senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), vinculado às contas do esquema. "Considerando essa solicitação do cartão de crédito, solicitamos autorização para mandados de busca e apreensão nos endereços do ex-chanceler", afirmou Pozzobon.
De acordo com o procurador, trata-se de um esquema criminoso "complexo" que demandou a cooperação de países como Suíça, Bahamas, Cingapura e Espanha, que forneceram extrato das movimentações financeiras dos investigados. Ainda há a suspeita de que parte do dinheiro tenha sido transferida para Hong Kong e Taiwan.
De 2010 a 2012, a Odebrecht pagou R$ 45 milhões em propina a agentes da Petrobras somente nesse braço da investigação. Também são investigados os supostos operadores do esquema Rodrigo Tacla Duran, Adir Assad e Álvaro Novis. "A relação entre os agentes criminosos e a Odebrecht vinha de outros carnavais. A partir de 2007, conseguimos identificar movimentações ilícitas entre eles", completou Pozzobon.
Defesas
A reportagem ainda não conseguiu contactar os citados. O espaço está aberto para as manifestações.