Entidades trabalham para mobilizar Porto Alegre para greve geral do dia 14

Entidades trabalham para mobilizar Porto Alegre para greve geral do dia 14

Abaixo-assinado busca apoio contra Reforma da Previdência e paralisações devem atingir vários setores

Henrique Massaro

Panfletagem e até avião com faixa foram usados para chamamento para greve do dia 14 de junho

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No domingo passado, enquanto o Brasil goleava Honduras por 7 a 0, as pouco mais de 16 mil pessoas que acompanhavam a partida no Beira-Rio, em Porto Alegre, tiveram mais um aviso da paralisação que deverá ganhar o país na próxima sexta-feira. “Greve geral dia 14 de junho”, dizia uma faixa em um avião que sobrevoava o estádio do Inter. O chamamento para a mobilização contra a Reforma da Previdência já vem sendo feito diariamente nas ruas da Capital, onde, assim como no restante do Estado, a maior parte dos serviços devem parar.

Ao longo da tarde, um piquete montado próximo ao Mercado Público coletava assinaturas contra a medida do governo federal. Em cerca de um mês e meio, somente em Porto Alegre, foram reunidos mais de 7 mil nomes no abaixo-assinado, afirmou o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil no Rio Grande do Sul (CGTB) e do Sindicato dos Servidores de Nível Superior (Sintergs), Nelcir André Varnier. “A estratégia é envolver a sociedade para saber o que está acontecendo”, comentou. Disse ainda que, no Brasil, mais de 2 milhões de pessoas já assinaram o documento.

Além de colher as assinaturas, os representantes sindicais aproveitam para entregar material informativo e explicar, na sua visão, o que representa a Reforma da Previdência. “No nosso entendimento, não trará nada para a economia, é uma farsa, porque concentrará mais riqueza e o problema do Brasil é concentração de riqueza”, afirmou Varnier. De acordo com ele, em seis meses do governo do presidente Jair Bolsonaro, não foi apresentada nenhuma proposta de desenvolvimento e de geração de empregos, atribuindo a solução de todos os problemas à aprovação da reforma.

A greve geral do dia 14 também vai servir de manifestação contra o desemprego e os cortes na Educação. A expectativa é de que a maior parte dos serviços públicos no Estado sejam atingidos, como bancos, transportes rodoviários e metroviários. Conforme Varnier, haverá bloqueios nas estradas e a recomendação é de que a população fique em casa. “Acreditamos que vai ser uma das maiores paralisações no Brasil”, afirmou.

O presidente da CGTB e do Sintergs disse que a expectativa é de que a mobilização sirva como forma de recado para o governo federal. “Não vai parar por aqui. Dependendo como for a adesão e o movimento, vamos caminhar para outros movimentos em que tentamos obstruir a política dominante, que não é desse governo, é de outros que vêm há muito tempo assolando e diminuindo a distribuição de renda.”

A greve geral conta com o apoio da maioria das centrais sindicais: Central única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Forla Sindical, Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Pública (Central do Servidor) e Intersindical. Entre os sindicatos, o Sindimetrô RS, por exemplo, já definiu desde o dia 15 de maio a adesão à paralisação, ou seja, não haverá trem na Região Metropolitana na sexta-feira. A Trensurb, no entanto, afirma que tentará minimizar o impacto e garantir o transporte aos usuários. O SindBancários, por sua vez, definiu em assembleia que vai aderir à mobilização. O Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre (Stetpoa), por sua vez, ainda aguarda definição.


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