EUA quer "conversa aberta e honesta" com Colômbia sobre guerra contra o tráfico

EUA quer "conversa aberta e honesta" com Colômbia sobre guerra contra o tráfico

Presidente Gustavo petro planeja mudar estratégia por considerar atual método de combate "um fracasso"

AFP

EUA quer conversa com Colômbia sobre guerra contra o tráfico

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Os Estados Unidos estão dispostos a ter "uma conversa aberta e honesta" sobre a guerra contra o tráfico de drogas com o novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, que planeja mudar de estratégia por considerá-la um fracasso, informou uma delegação de Washington, nesta segunda-feira (8).

"Acredito que o que o presidente Petro quer é ter paz. É o mesmo interesse dos Estados Unidos. Esse é o espaço comum para termos uma conversa aberta e honesta", declarou o legislador democrata Gregory Meeks em coletiva de imprensa.

Meeks faz parte da delegação americana que participou da posse do primeiro presidente de esquerda da Colômbia no domingo, chefiada por Samantha Power, chefe da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (Usaid). Durante o discurso de posse, Petro pediu "uma nova convenção internacional que aceite que a guerra contra as drogas fracassou".

Meeks se disse "impressionado" pelo discurso de Petro, que também citou a morte de um milhão de latino-americanos na guerra contra as drogas e os milhares de americanos que falecem de overdose todos os anos. "Nós concordamos em conversar e discutir a necessidade de parar a violência citada durante a posse", afirmou o representante do estado de Nova York.

Após quatro décadas de combate às drogas, a Colômbia continua sendo o maior produtor mundial de cocaína e os Estados Unidos seu principal mercado. Graças aos recursos do narcotráfico, várias organizações armadas continuam operando em território colombiano. "Há diferenças compreensíveis sobre as quais continuamos a falar e discutir (...) Concordamos que o tráfico de drogas teve impactos devastadores nas comunidades tanto na Colômbia quanto nos Estados Unidos", declarou o funcionário da Usaid.

Ao final de uma reunião com Petro e a vice-presidente Francia Márquez nesta segunda-feira, Power destacou em um tuíte "a necessidade urgente de ação climática" e o "compromisso compartilhado com o avanço do processo de paz" que desarmou a guerrilha das Farc em 2017. Petro propõe a suspensão da extradição para os Estados Unidos dos traficantes de drogas que realizam um "desmantelamento pacífico" do negócio. No entanto, admite que isso depende de "uma negociação" com Washington, que não se pronunciou contra esta iniciativa.


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