Fachin vota contra retirada de Weintraub de inquérito das fake news

Fachin vota contra retirada de Weintraub de inquérito das fake news

No voto desta sexta, ministro do STF considerou pedidos de habeas corpus inadequados no processo

R7

Ministro Fachin negou o pedido de habeas corpus para o ministro Abraham Weintraub, no inquérito que investiga as fake news

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin votou nesta sexta-feira contra o pedido para retirar o ministro da Educação, Abraham Weintraub, do inquérito das fake news, que investiga a produção e divulgação de notícias falsas e difamação contra membros da Corte e familiares deles.

Fachin é o relator da ação, que ainda terá a análise de todos os demais ministros da Corte. Para embasar a decisão, Fachin considerou que pedidos de habeas corpus são inadequados contra atos de ministro de Estado. Segundo o ministro do STF, mandados de segurança coletivos seguem o mesmo raciocínio e não podem ser usados nessa circunstância. 

"Ainda que, ordinariamente, pela sua vocação constitucional de proteção à liberdade de locomoção [...], o instrumento processual hábil ao trancamento de inquérito seja o habeas corpus, precedentes reiterados deste Supremo Tribunal Federal indicam ser incabível contra ato de ministro, de modo que propus, por esse motivo, a extinção de vários habeas corpus impetrados contra atos praticados pelo ministro relator do inquérito, assim como de mandado de segurança coletivo", advertiu Fachin.

No dia 28 de maio, o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, entrou com um pedido de habeas corpus para tentar impedir o depoimento de Weintraub no inquérito.

Weintraub foi convocado para prestar esclarecimentos à Polícia Federal após declaração durante reunião ministerial no dia 22 de abril, em que pediu a prisão de membros do Supremo. "Eu, por mim, botava esses vagabundos todos na cadeia. Começando no STF", afirmou o ministro da Educação.

Na quarta-feira, Fachin votou a favor do inquérito das fake news, destacando o STF como "guardião da constituição e, portanto, da liberdade de expressão", mas frisou que este direito constitucional "não exclui responsabilização civil ou penal".


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