FHC cobra denúncia de Aras contra Bolsonaro por interferência política na Polícia Federal

FHC cobra denúncia de Aras contra Bolsonaro por interferência política na Polícia Federal

Tucano defendeu que se o ministro não der prosseguimento às acusações, o chefe do MPF vai decepcionar o país

AE

FHC também criticou a aproximação entre o PGR e o presidente

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Em postagem no Twitter na noite desta terça-feira, ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) cobrou que o procurador-geral da República, Augusto Aras, apresente denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro por tentativa de interferência política na Polícia Federal.

Um inquérito foi aberto no Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido de Aras, após o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, deixar o governo alegando pressão infundada para trocar o diretor geral da corporação e obter relatórios de investigações a cargo da PF.

“Se o procurador geral continuar obsequioso com quem o nomeou vai desagradar os procuradores e decepcionar o país. Dá prosseguimento a uma acusação não é julgar nem condenar, mas exercer seu ofício. É o que dele se espera.”, escreveu o tucano em sua conta na rede social.

Até aqui, as manifestações do procurador-geral da República no âmbito do inquérito tem favorecido Bolsonaro. Desde o pedido de abertura de investigação enviado ao Supremo, quando incluiu apuração de denunciação caluniosa de Segio Moro, até o posicionamento contrário à divulgação do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril. Fontes ouvidas pelo Estadão acreditam que Aras também deve se manifestar contra o pedido de apreensão dos celulares do presidente e do seu filho, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Caso o PGR decida apresentar denúncia, um processo de impeachment contra Bolsonaro poderá ser aberto no Congresso.

Aras foi nomeado pelo presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2019 para ficar dois anos à frente do Ministério Público da União, até 2021, com possível recondução ao mandato. A escolha, em substituição a Raquel Dodge, rompeu tradição, que vinha desde 2003, de escolha entre integrantes de uma lista tríplice votada internamente por membros do próprio órgão. O procurador tem sido cotado para assumir uma das duas vagas que serão abertas no STF, entre este ano e o próximo.


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