"Foi para satisfazer o ego deles", diz deputado Daniel Silveira da prisão
Ministro Alexandre de Moraes determinou a detenção após o parlamentar fazer apologia ao AI-5 e defender o fechamento do STF
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O deputado federal Daniel Silveira (PSL-RJ) disse ao R7 que sua prisão determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), "foi apenas para satisfazer o ego deles", se referindo aos ministros da Corte.
A ordem para prender o parlamentar partiu do ministro Alexandre de Moraes ocorreu após Silveira publicar um vídeo no qual faz apologia ao AI-5 (Ato Institucional n.º 5), o mais repressivo da ditadura militar, e defende o fechamento do STF.
A entrevista com o deputado ocorreu por telefone, à 1h da madrugada desta quarta-feira (17), quando Silveira se dirigia de carro à Superintendência da Polícia Federal na Praça Mauá, no centro do Rio.
Ele negou que estivesse sendo conduzido coercitivamente pela PF (Polícia Federal) ou estivesse algemado. O deputado usou palavras duras na crítica ao ministro que determinou sua prisão em flagrante delito.
"Esta prisão é ilegal, é decisão de um marginal para satisfazer o ego deles", numa referência a Moraes e a outros ministros do Supremo.
Perguntado se considerava a prisão exagerada, Daniel Silveira recorreu a palavrões para atacar o ministro do STF em tom de ameaça. "O filho da p... do Alexandre é um canalha, cretino e vai pagar o preço pelo que está fazendo na Justiça", disse.
Ainda em referência a Alexandre de Moraes, o deputado acusou: "Ele só serve para advogar para o PCC, pode publicar isso aí".
A acusação de ligação com a facção criminosa de São Paulo surgiu quando Moraes era Secretário de Segurança Pública do estado em 2015 e nunca foi provado o contrário: o ministro foi indenizado por decisão judicial pela associação indevida.
Revoltado com a prisão, o deputado Daniel Silveira disse acreditar que a Câmara dos Deputados irá se manifestar favoravelmente a ele, por ser detentor de mandato parlamentar.
Em 27 de janeiro último, o deputado Daniel Silveira foi proibido de embarcar num voo da Gol que ia de Guarulhos para Brasília por se recusar a usar a máscara contra a Covid-19. Funcionários da companhia acionaram a PF, e o comandante assinou um termo de desembarque compulsório.