"Forças Armadas podem ir às ruas para acabar com toque de recolher", diz Bolsonaro

"Forças Armadas podem ir às ruas para acabar com toque de recolher", diz Bolsonaro

Presidente criticou medidas de restrições adotadas pelos governadores para conter coronavírus

AE

Bolsonaro criticou medidas de isolamento social

publicidade

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista nesta sexta-feira, que as Forças Armadas podem ir às ruas para, segundo ele, "acabar com essa covardia de toque de recolher". O presidente criticou as medidas de restrição adotadas pelos governadores para conter o coronavírus e voltou a defender o uso da cloroquina, remédio ineficaz contra a Covid-19. 

A entrevista de Bolsonaro foi concedida à TV A Crítica, do Amazonas, nesta sexta-feira. "Se tivermos problemas, nós temos um plano de como entrar em campo. E eu tenho falado: eu sou chefe supremo das Forças Armadas", afirmou Bolsonaro. "Se precisar, iremos para ruas, não para manter o povo dentro de casa, mas para restabelecer todo o artigo 5º da Constituição e se eu decretar isso, vai ser cumprido esse decreto", disse.

Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social decretadas pelos governos locais, que, segundo o presidente, estariam descumprindo a Constituição. "As Forças Armadas podem ir para rua um dia sim, dentro das quatro linhas da Constituição, para fazer cumprir o artigo 5º, direito de ir e vir, acabar com essa covardia de toque de recolher, direito ao trabalho, liberdade religiosa, de culto, para cumprir tudo aquilo que está sendo descumprido por parte de alguns governadores, alguns poucos prefeitos, mas que atrapalha toda nossa sociedade", disse.

As declarações de Bolsonaro ocorrem em meio a questionamentos sobre a condução da pandemia pelo governo federal no Brasil. A maioria dos senadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid acredita que a gestão de Jair Bolsonaro errou na condução da crise sanitária no País.

Segundo levantamento do Estadão, seis dos 11 senadores do grupo veem falhas do Executivo no enfrentamento da doença, antecipando que este deve ser o foco dos trabalhos da comissão, prevista para começar na terça-feira.

Na entrevista, Bolsonaro afirmou ainda que o auxílio emergencial foi o que segurou "um caos" no Brasil e argumentou que não poderia manter o valor em R$ 600, que foi pago até o ano passado, por causa do endividamento público.

Ao final, o presidente voltou a criticar as medidas de isolamento. "Isso tem prejudicado a família brasileira que tem perdido emprego; o número de suicídios tem aumentado, o desespero... Vamos temer o vírus, mas o desemprego não pode ser abandonado. (A economia) não pode parar e se parar mata mais que o vírus", disse o presidente, sem apresentar dados sobre suicídios.

Ainda durante a entrevista, Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina, medicamento sem eficácia contra a Covid-19, e criticou a imprensa.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895