“Ganharam os interesses pessoais”, diz chefe da Casa Civil do governo Sartori

“Ganharam os interesses pessoais”, diz chefe da Casa Civil do governo Sartori

Benvegnú disse que salários do funcionalismo estariam em dia se a CEEE fosse privatizada

Rádio Guaíba

Mesmo com a derrota, governo segue mobilizado para venda de estatais

publicidade

Após ser derrotado na Assembleia Legislativa na noite passada, o governador José Ivo Sartori esteve reunido, na manhã desta quarta-feira, com a coordenação de governo e com a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) para analisar a repercussão do impedimento do Parlamento para a realização de plebiscito sobre a privatização ou federalização da CEEE, Sulgás e Companhia Riograndense de Mineração (CRM).

Quem falou com a imprensa pelo governo foi o secretário-chefe da Casa Civil, Cleber Benvegnú, que criticou os deputados que votaram contrários à proposta de reduzir de 150 para 90 dias o prazo para convocação de consulta popular. Segundo o secretário, os salários do funcionalismo estariam em dia se a CEEE fosse privatizada e pudesse quitar o débito do ICMS que tem com o Estado.

“Ontem, a oposição e seus aliados de ocasião decidiram não ouvir a população, o que é muito grave. Isso é muito grave, primeiro, do ponto de vista democrático. Porque não ouvir a população em plebiscito? Isso fere um direito do governo de querer ouvir a população. Segundo ponto é sobre gestão: ganharam os interesses pessoais que se sobrepuseram ao interesse público. Era melhor para o Rio Grande do Sul que essas privatizações ou federalizações fossem feitas o quanto antes”, avaliou Benvegnú.

O chefe da Casa Civil disse que mesmo com a derrota, o governo segue mobilizado para encontrar um caminho para a venda das estatais. “Vamos continuar lutando e o governo está estudando medidas para reagir a isso. Medidas das mais diversas formas, como medidas políticas e jurídicas e também sobre o Regime de Recuperação Fiscal no sentido de encontrar alternativas para que o Estado não volte a pagar a dívida, que está na faixa dos R$ 300 milhões por mês”, explicou.

Benvegnú fez uma crítica direta ao PSDB. Dos quatro parlamentares da bancada turcana, apenas a deputada Zilá Breitenbach votou favorável à proposta do governo. “O PSDB tomou uma decisão por indicação do presidente do partido, Eduardo Leite, que é uma decisão que vai contra a história do partido na área de Minas e Energia e na modernização. Só que modernização se faz com atitude, não com discurso”, alegou.

Apesar da crítica do secretário, mesmo se toda a bancada do PSDB votasse junto ao governo, o Piratini não teria os votos necessários para aprovar o Projeto de Lei. O governo teve apenas 23 votos e se todos os deputados tucanos concordassem com o Executivo, o número chegaria a 26. Para aprovar o PL eram necessários 28 votos.

O Piratini tinha o objetivo de realizar o plebiscito junto ao primeiro turno das eleições deste ano e, assim, evitar o gasto de R$ 18 milhões, que seria o valor necessário para fazer uma consulta à população. O rumo que o Piratini vai tomar para a venda das estatais de energia deve ser divulgado ainda nesta semana.

Oposição

Pelas redes sociais, os políticos contrários ao PL do governo comemoraram a rejeição do projeto. O pré-candidato ao Piratini e presidente estadual do PSDB, Eduardo Leite, escreveu que a decisão da Assembleia “salva a pauta da privatização, que poderia vir a ser enterrada num plebiscito feito às pressas e sem o espaço pro melhor debate com a população”.

O pré-candidato do PT ao Piratini, Miguel Rossetto também comemorou o resultado. Através de sua conta no Twitter o petista escreveu:



O único deputado do PSol na Assembleia Legislativa, Pedro Ruas, escreveu no microblog que “o patrimônio do povo continua do povo”, ao saudar a derrota do governador.

Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895