Governo do DF diz que removeu acampamento bolsonarista por causa da pandemia

Governo do DF diz que removeu acampamento bolsonarista por causa da pandemia

Insatisfeitos, os acampados cobraram nas redes sociais que o presidente Jair Bolsonaro reaja à operação

AE

Polícia Militar usou gás de pimenta para dispersar um pequeno grupo que resistiu à ação

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O governo do Distrito Federal informou ter removido o acampamento bolsonarista "300 do Brasil" neste sábado, dia 13, por causa das medidas restritivas decretadas durante a pandemia do novo coronavírus. Insatisfeitos, os acampados cobraram nas redes sociais que o presidente Jair Bolsonaro reaja à operação de desmontagem, realizada pela manhã.

As secretarias de Segurança Pública e DF Legal (Proteção da Ordem Urbanística) afirmaram ter atuado com o respaldo do decreto distrital que "proíbe aglomerações com mais de 100 pessoas em eventos que demandem a autorização prévia do governo". O decreto número 40.509/20 foi assinado em março pelo governador Ibaneis Rocha (MDB). Ele foi xingado pelos manifestantes removidos hoje. Além disso, as secretarias ressaltaram que o grupo ocupava área pública na Esplanada dos Ministérios, "o que não é permitido".

Os agentes de segurança agiram, segundo o governo, em apoio aos servidores do DF Legal para desmontar os "acampamentos irregulares". "Houve diversas tentativas de negociação para a desocupação da área, mas, infelizmente, não houve acordo. Os acampamentos foram desmontados sem confronto", informaram as pastas.

O grupo "300 do Brasil" protestava frequentemente contra os demais poderes - Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal (STF) - e a favor do presidente Jair Bolsonaro. Eles estavam acampados na Esplanada dos Ministérios há mais de um mês e travavam uma disputa judicial com o Ministério Público para permanecer no local.

Diante da suspeita de que portassem armas e das restrições a aglomerações determinadas para evitar o aumento de casos de covid-19, o MP do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) pediu a remoção do acampamento na Justiça, o que foi negado. A assessoria de imprensa do MPDFT disse que a operação do governo não tem relação direta com o pedido feito ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Uma das líderes do movimento é a ativista Sara Giromini, conhecida como Sara Winter. Ela disse que a militância bolsonarista foi "destruída" e relatou "agressões". Ex-ocupante de cargo de confiança no Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, chefiado pela ministra Damares Alves, Sara é investigada pela Polícia Federal no inquérito judicial das fake news, em curso no Supremo.


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