Governo do Estado chama União Gaúcha para reunião sobre Previdência

Governo do Estado chama União Gaúcha para reunião sobre Previdência

Encontro ocorre após entidade divulgar documento no qual aponta 15 'erros e inconsistências' em dados do material de divulgação da proposta da reforma

Flavia Bemfica

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O governo do Estado chamou para uma reunião, na tarde desta quinta-feira, a coordenação e a comissão técnica da União Gaúcha em Defesa da Previdência Social e Pública. Da parte do Executivo, devem participar o chefe da Casa Civil, os secretários da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, e do Planejamento e o Procurador-geral do Estado. O encontro ocorre após a divulgação, na segunda-feira passada, de um documento no qual a União Gaúcha elenca 15 ‘erros e inconsistências’ nos dados apresentados pelo governo sobre a previdência dos servidores civis, como forma de embasar o pacote de propostas das reformas administrativa e previdenciária que anunciou que enviará ao Legislativo.

Na reunião, além de insistir em que o Executivo apresente base de dados, memória de cálculo e modelos matemáticos usados nas projeções, a União Gaúcha vai solicitar que o governo se atenha aos números técnicos da previdência dos servidores que constam nos documentos oficiais, reconhecidos pelos órgãos de controle e utilizados nas peças orçamentárias, com a aplicação dos fatores usados nos cálculos atuariais.

Recentemente, ao responder aos questionamentos sobre a veracidade das projeções apresentadas no material de divulgação das propostas do pacote, o titular da Fazenda, Marco Aurelio Santos Cardoso, admitiu que sobre parte delas foram feitas analogias e extrapolações com o objetivo de facilitar a explicação da questão previdenciária, e que algumas das informações contidas no documento distribuído pelo governo, como a de que o déficit previdenciário seria crescente até 2040, não refletiam exatamente o cálculo atuarial.

A diferença entre a projeção de déficit atuarial constante no projeto da Lei Orçamentária Anual (que mostra decréscimo a partir de 2020) e o material de divulgação do pacote (que aponta crescimento até 2040) é uma das questões consideradas como inconsistente pela entidade. No apontamento item a item, entre os 15 que receberam destaque, o material da União Gaúcha também argumenta que os déficits apresentados englobam o total de servidores civis e militares, sem separação, o que induziria a atribuição de um déficit superior ao existente no sistema dos civis.

E, ainda, que não estão sendo levadas em conta as alterações recentes na legislação que disciplina os parâmetros atuariais; que não foram apresentadas simulações ao Conselho de Administração do IPE-Prev, gestor do sistema; que saldos anuais dos déficits do regime financeiro não podem ser somados porque as posições anuais já são cumulativas; e que há fragilização da proteção prevista em casos de pensão por morte.


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