Governo do RS assina contrato de venda da CEEE-T para CPFL Energia

Governo do RS assina contrato de venda da CEEE-T para CPFL Energia

Empresa já havia apresentado uma proposta de R$ 2,67 bilhões pela estatal

Cláudio Isaías

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O governo do Rio Grande do Sul assinou na manhã desta quinta-feira o contrato de venda da Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE) Transmissão para CPFL Energia. A empresa já havia apresentado uma proposta de R$ 2,67 bilhões, o que representa um ágio de 57,13%. O valor inicial estabelecido pelo Piratini era de R$ 1,7 bilhão. 

A cerimônia de assinatura ocorreu no Palácio Piratini, com as presenças do governador Eduardo Leite, do presidente da CEEE-T e do Grupo CEEE, Marco Soligo, e do presidente da CPFL Energia, Gustavo Estrella. 

A CEEE-T tem 56 subestações, que somam potência instalada própria de 10,5 mil MVA, e opera outras 18 unidades. A empresa também é responsável pela operação e manutenção de 6 mil quilômetros de linhas de transmissão (5,9 mil quilômetros próprios) e cerca de 15,7 mil estruturas (quase 15,3 mil próprias). Entre os benefícios da troca de controle da CEEE-T, cujos estudos, modelagem da privatização e avaliação da companhia foram coordenados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estão a melhoria da confiabilidade do sistema elétrico para o Estado e o Brasil, o potencial promissor de crescimento com geração de emprego e renda e a maior agilidade nas contratações e execução de novos empreendimentos. Estrella destacou a crise hídrica no País e a importância de investimentos na transmissão de energia no Rio Grande do Sul. “A malha de transmissão mais do que dobrou nos últimos 20 anos. E isso precisa continuar crescendo e temos expectativa de expansão não só de consumo, mas de oferta de energia em curto prazo”, acrescentou. 

O governador Eduardo Leite disse que a sociedade gaúcha espera serviços melhores e que isso é possível através do repasse das empresas à iniciativa privada. “O interesse da sociedade é que toda essa capacidade empreendedora encontre capacidade de se transforma em PIB e crescimento econômico com segurança energética", destacou. Para o chefe do Executivo, cabe ao governo do Estado, através das concessões e contratos dizer o que quer e permitir a operação ao setor privado que se atualiza mais rapidamente. Durante o evento, Leite explicou que o governo espera fazer a oferta de ações da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) e da Companhia de Gás do Estado (Sulgás) no início do próximo ano. Para o governador, o Rio Grande do Sul é um dos estados brasileiros que mais acelera o processo de privatizações atualmente.

Segundo o governador, a privatização da CEEE-T e as demais privatizações estão injetando recursos no caixa do Estado e estão possibilitando a retomada de investimentos em obras e melhoria de serviços públicos. "Os próprios investimentos feitos pelas companhias que compraram as estatais significarão melhoria de serviço público, emprego, renda e movimentação da economia do Rio Grande do Sul em curto prazo", afirmou. O segmento de transmissão de energia é o segundo braço do Grupo CEEE a ser privatizado, após a conclusão da venda da CEEE Distribuidora (CEEE-D), no fim de março. O edital do segmento de geração de energia, a CEEE-G, deve ser lançado até o fim de 2021. Ainda haverá, no dia 22 de outubro, a privatização da Sulgás e, em fevereiro de 2022, a privatização da Corsan.

A CPFL Energia atua nos segmentos de distribuição, geração, transmissão, comercialização e serviços. Desde 2017, o grupo faz parte da State Grid, estatal chinesa que é a segunda maior organização empresarial do mundo e a maior empresa de energia elétrica, atendendo 88% do território chinês e com operações na Itália, Austrália, Portugal, Filipinas e Hong Kong. Com 14% de participação, a CPFL Energia é uma das maiores empresas no mercado de distribuição, totalizando cerca de 10 milhões de clientes em 687 cidades, entre São Paulo, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná.

Em julho deste ano, a CPFL Energia venceu o leilão de privatização da CEEE-T realizado na sede da B3, em São Paulo. Na época, a empresa apresentou proposta de R$ 2,67 bilhões, com ágio de 57,13%. O valor inicial estabelecido era de R$ 1,7 bilhão. Seis empresas apresentaram propostas, das quais três foram qualificadas: CPFL Energia, Companhia Técnica de Comercialização de Energia e MEZ Energia. Em uma disputa acirrada, a CPFL superou a última proposta da Companhia Técnica de Comercialização de Energia, de R$ 2,66 bilhões, que tinha ágio de 56,54%.

 


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