Governo lança edital de PPP da Corsan

Governo lança edital de PPP da Corsan

Proposta visa beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas na região Metropolitana em 11 anos

Christian Bueller

Meta é elevar cobertura de 32% para 87,3% em até 11 anos na região Metropolitana

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“Um dia histórico”, assim o governador Eduardo Leite definiu o lançamento do edital de licitação da parceria público-privada (PPP) da Corsan, nesta sexta-feira, no Palácio Piratini. A proposta pretende acelerar a universalização dos serviços de coleta e de tratamento de esgotos na Região Metropolitana de Porto Alegre. A meta é elevar de 32% a cobertura para 87,3% em até 11 anos nas cidades de Alvorada, Cachoeirinha, Canoas, Eldorado do Sul, Esteio, Gravataí, Guaíba, Sapucaia do Sul e Viamão.

A PPP deverá beneficiar cerca de 1,5 milhão de pessoas. Em onze anos, o investimento será de R$ 2,23 bilhões. Ao longo dos 35 anos de contrato, o valor total pago ao parceiro privado será de R$ 9,6 bilhões. “É uma quebra de paradigma. A parceria com a iniciativa privada deixa de ser estigmatizada e passa a ser vista como uma possibilidade. O investimento é na saúde pública, visto que muitas das doenças infectocontagiosas estão relacionadas ao mau saneamento básico, é em preservação ambiental, e tem impacto econômico, pois trará empregos e geração de renda à população”, disse Leite.

A forma escolhida foi a de concessão administrativa, quando os serviços serão prestados à administração pública pelo parceiro privado. A PPP prevê a operação e a manutenção dos sistemas de esgotamento sanitário, incluindo execução de obras de infraestrutura, ampliações e melhorias dos sistemas. A contratação ainda inclui o gerenciamento e o acompanhamento dos projetos e obras dos sistemas de esgotamento sanitário a serem realizados pela Corsan.

Para vencer a licitação, a empresa deve apresentar as qualidades técnicas e financeiras exigidas e a menor contraprestação. Para prestar os serviços, o vencedor formará uma sociedade de propósito especifico (SPE). O investimento dessa SPE será de cerca de R$ 1,86 bilhão, divididos em R$ 1,63 bilhão para expansão dos sistemas de esgoto e R$ 230 milhões para investimento comercial e operacional. A Corsan entrará com contrapartida de R$ 370 milhões, totalizando R$ 2,23 bilhões. A expectativa é de que os investimentos na PPP proporcionem a criação de 32,5 mil empregos e geração de renda total de R$ 2,9 bilhões.

Durante o lançamento do edital, o diretor-presidente da Corsan, Roberto Barbuti, apresentou o funcionamento da PPP e afirmou que novos estudos serão feitos a fim de desenvolver novas parcerias em outras regiões do Estado, também com o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O presidente, Gustavo Montezano, estava presente no evento. “Se tem um problema ambiental no Brasil é o esgotamento sanitário. O Banco tem capacidade financiar renda fixa”, comentou.

RS é o 18º estado em saneamento básico

O secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Artur Lemos Júnior, enfatizou que a PPP da Corsan é um primeiro passo para reverter o saneamento básico insuficiente no RS. “Somos o sexto Estado mais desenvolvido do Brasil, mas o 18º no que diz respeito ao saneamento básico. Tratamos menos de 30% do nosso esgoto. O caminho é longo, mas precisamos mudar esse cenário”, comentou.

Para a população, nada muda. A Corsan esclarece que a tarifa de esgoto não sofrerá reajuste e que a empresa continuará cobrando as tarifas normais, de acordo com a tabela tarifária vigente, para os serviços de esgoto, de acordo com a homologação da agência regulatória respectiva.

A entrega de propostas está marcada para o dia 25 de novembro. O leilão está previsto para 29 de novembro, na B3, em São Paulo. A expectativa é de que a assinatura do contrato seja feita em março de 2020. “Pretendemos antecipar estes prazos”, estipulou Barbuti.


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