Greenpeace "só atrapalha" o governo, afirma Bolsonaro em Pequim

Greenpeace "só atrapalha" o governo, afirma Bolsonaro em Pequim

Presidente classificou como terrorismo vazamento de petróleo, caso fique comprovado um ato intencional

AE

Bolsonaro fez afirmação sobre o Greenpeace durante viagem na China

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O presidente Jair Bolsonaro classificou como "terrorismo" o vazamento de petróleo na costa brasileira, caso fique comprovado que foi um ato intencional. Ao ser questionado sobre uma publicação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que vincula o Greenpeace ao episódio, Bolsonaro disse que a instituição internacional "só atrapalha" o governo.

"Esse Greenpeace só nos atrapalha. Não sei o que ele (Salles) falou, tenho que conversar com ele para entrar em detalhes, mas o Greenpeace só nos atrapalha, não nos ajuda em nada", disse o presidente, em Pequim, nesta sexta-feira, 25. 

Acusação 

Ricardo Salles voltou a atacar a organização ambiental nessa quinta-feira O ministro insinuou que a organização poderia estar por trás do vazamento de óleo que afeta todo o Nordeste do País. Em sua conta no Twitter, o ministro afirma: "tem umas coincidências na vida né... Parece que o navio do #greenpixe estava justamente navegando em águas internacionais, em frente ao litoral brasileiro bem na época do derramamento de óleo venezuelano..." O Greenpeace reagiu e disse que vai acionar, na Justiça, o ministro do Meio Ambiente.

 

 

Seguro Defeso 

O Diário Oficial da União (DOU) publicou decreto que garante o pagamento de seguro-desemprego a pescadores de áreas atingidas com o derramamento de óleo no litoral do Nordeste. O benefício garante ao pescador artesanal um salário mínimo por mês durante o período de reprodução das espécies, em que os pescadores não podem trabalhar, o chamado defeso. 

O seguro defeso varia de três a cinco meses por ano, dependendo da área de pesca e da espécie. O decreto abre a possibilidade de ampliação desse período ao estabelecer que, "excepcionalmente, nas hipóteses de grave contaminação por agentes químicos, físicos e biológicos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento poderá prolongar o período de defeso para as áreas e os grupos específicos atingidos". 

O ato é assinado pelo senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é presidente do Senado e Congresso e está no exercício da Presidência da República até esta sexta-feira. Na quinta-feira, Alcolumbre visitou praias afetadas pelo derramamento. Segundo o Ministério da Agricultura já anunciou, o pagamento do benefício vai atender, já a partir de novembro, 60 mil pescadores artesanais do Nordeste afetados pelo vazamento de óleo. 

Serão destinados R$ 59,9 milhões para o pagamento aos pescadores da área marinha. Em todo o Nordeste, são 360 mil pescadores cadastrados das áreas marinha - atingida pelo vazamento de óleo - e continental (rios). O pagamento é feito pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, de acordo com o governo, não haverá mudança no calendário de pagamento do seguro defeso para os pescadores não afetados pelo vazamento de óleo.


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