Guia supremo do Irã acusa Emirados Árabes de traição a muçulmanos por acordo com Israel
Ali Khamenei disse que EAU ignoraram e normalizaram a questão da Palestina, que é uma questão sobre a usurpação de um país
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O governo dos Emirados Árabes Unidos "traiu o mundo muçulmano" ao normalizar as relações com Israel, afirmou nesta terça-feira o guia supremo do Irã, Ali Khamenei, em sua conta no Twitter. Em sua primeira reação ao acordo diplomático histórico entre o Estado hebreu e um novo Estado árabe, depois do Egito e da Jordânia, o aiatolá Khamenei acusa Abu Dhabi de ter "traído as nações árabes, os países da região e a #Palestina".
"Evidentemente, esta traição não vai durar muito e a marca da infâmia permanecerá neles", completou o líder iraniano, que afirmou esperar que os "Emirados acordem em breve e ofereçam uma compensação pelo que fizeram".
The #UAE betrayed the world of Islam, the Arab nations, the region’s countries, and #Palestine. Of course, this betrayal won’t last long.
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) September 1, 2020
The UAE rulers opened the door of the region to the Zionists, and they have ignored and normalized the question of Palestine, which is a question about the usurpation of a country. This stigma will remain on them.
— Khamenei.ir (@khamenei_ir) September 1, 2020
A publicação das mensagens acontece um dia depois do primeiro voo comercial direto entre Emirados Árabes Unidos e Israel, que provocou outro fato inédito: a autorização saudita para o avião da companhia israelense sobrevoar seu território, embora Riad não tenha relações com o Estado hebreu.
Emirados Árabes Unidos e Israel anunciaram em 13 de agosto um acordo para normalizar as relações - oficiosas há vários anos. O país é a primeira nação do Golfo a estabelecer relações com o Estado hebreu, o terceiro do mundo árabe, depois do Egito em 1979 e da Jordânia em 1994.
Para a República Islâmica do Irã, Israel é o "grande satã", assim como os Estados Unidos, e o apoio o demonstrado à causa palestina é uma constante da política externa iraniana desde a revolução de 1979. Em 14 de agosto, o ministério iraniano das Relações Exteriores chamou o acordo entre Israel e EAU de "estupidez estratégica de Abu Dhabi e de Tel Aviv que reforçará, sem nenhuma dúvida, o eixo da resistência".
O Irã mantém relações tensas há vários anos com os Emirados, um de seus vizinhos na margem sul do Golfo que acusa de alinhamento com a Arábia Saudita, grande rival regional da República Islâmica.