Há um certo estardalhaço sobre ex-assessor de Flávio Bolsonaro, diz Onyx

Há um certo estardalhaço sobre ex-assessor de Flávio Bolsonaro, diz Onyx

Ministro afirmou acreditar que investigações sejam tentativa de desgastar imagem do presidente eleito

AE

Onyx afirmou que essa questão terá de ser "desdobrada na investigação"

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O ministro da Transição e futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), disse que "há muito estardalhaço" sobre caso do ex-assessor do deputado estadual do Rio, senador eleito e filho do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Flávio Bolsonaro (PSL). A declaração foi dada durante entrevista ao programa Canal Livre, da Band, exibida na madrugada desta segunda-feira.

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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou movimentação financeira atípica do ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz, de R$ 1,2 milhão, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. Além disso, há um repasse de R$ 24 mil para a futura primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Onyx afirmou que essa questão terá de ser "desdobrada na investigação", mas "acredita que há uma tentativa de desgastar a imagem do presidente eleito", semelhante, segundo ele, à realizada durante a campanha eleitoral.

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"O presidente jamais vai se furtar de enfrentar qualquer situação. Ele já viveu e nós já testemunhamos um processo de destruição da sua imagem. E o resultado a gente viu, 57 milhões de brasileiros veem nele a esperança do Brasil." O ministro ainda aludiu ao pedido de "trégua" que fez à imprensa na sexta-feira, para que o novo governo possa "começar a trabalhar". "A gente sabe que nós vamos errar. Aí quando errar, nós vamos corrigir. Deixa pelo menos começar a trabalhar."

"O mais importante é me resolver com Deus"

O futuro ministro da Casa Civil afirmou durante a entrevista que o mais importante para ele é se "resolver com Deus" sobre o caso do recebimento de caixa dois da JBS. Na sexta-feira, em entrevista coletiva com jornalistas em São Paulo, o ministro disse que "resolver" o caso com a autoridade divina "é importante" para ele.

Segundo delatores da JBS, o futuro chefe da Casa Civil teria recebido R$ 100 mil em 2012 e R$ 200 mil em 2014 para campanhas eleitorais, e ele próprio já admitiu ter usufruído dos recursos. O caso é investigado pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que obteve a autorização do Supremo Tribunal Federal (STF) para apurar o caso na semana passada. Onyx voltou a insistir que errou ao não declarar os valores doados pela JBS, mas disse que o caso não pode ser configurado como corrupção.

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Durante a entrevista, Onyx mostrou uma tatuagem no braço com um frase bíblica, que teria feito para tentar se aliviar do erro. "Quando isso (a prática de caixa 2) aconteceu, eu sofri muito. Dentro do que eu acredito, eu entendi que eu tinha que fazer isso. Depois que eu fiz, e depois que eu pude me sentir em paz, eu fiz uma coisa há dois anos. Aqui (mostrando o braço) está o João 8:32: 'A verdade vos libertará'. Isso é para me lembrar do dia que eu errei. Isso é para mim, não é para sair por aí mostrando."

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