Indígenas ocupam parte da Esplanada em Brasília para julgamento no STF

Indígenas ocupam parte da Esplanada em Brasília para julgamento no STF

Acampamento promete manifestações em "luta pela vida" na análise do chamado marco temporal

R7

Grupo está ocupando área até quarta-feira

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Parte da Esplanada dos Ministérios está sendo ocupada por um acampamento de povos indígenas. Eles começaram a chegar a Brasília neste domingo e se reuniram na Praça da Cidadania, ao lado do Teatro Nacional. O principal foco dos protestos é o julgamento do chamado “marco temporal”, que está na pauta desta quarta-feira do Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Está programada uma vigília durante a sessão, que será feita por videoconferência.

A tese do “marco temporal” estabelece que só poderiam ser demarcadas como indígenas as terras já ocupadas até 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição, ou se ficar comprovado conflito pela posse. O movimento, chamado “Luta pela vida”, é organizado pelas entidades que formam a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e protesta também contra a "agenda anti-indígena que está em curso no Congresso Nacional e no Governo Federal”. “O movimento indígena denuncia de forma constante o agravamento das violências contra os povos originários dentro e fora dos territórios tradicionais”, diz a entidade, em nota.

Segundo Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da Apib, as manifestações devem contar com mais de 5 mil pessoas. "Estamos aqui para fortalecer o Supremo Tribunal Federal na votação do 'marco temporal'. Por eles serem os guardiões da Constituição, esperamos que estejam do nosso lado e que não aprovem essa tese. Que eles cumpram o texto constitucional", defende o líder indígena.

Os protestos também vão tomar conta do gramado do Congresso Nacional, onde tramitam projetos considerados negativos pelas lideranças indígenas. O principal deles é o Projeto de Lei (PL) nº. 490/2007. O PL retira o usufruto exclusivo dos indígenas das terras demarcadas e desloca para o poder legislativo a atribuição de demarcar terras indígenas. "Essa proposta vai inviabilizar completamente a demarcação de novas terras se for aprovado. Além disso, o que querem, na verdade, é abrir as terras indígenas para grandes empreendimentos", afirma Dinaman Tuxá.


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