Indicação antecipada ao STF foi afago a Moro para evitar "tsunami"

Indicação antecipada ao STF foi afago a Moro para evitar "tsunami"

Alguns integrantes do governo interpretaram que "tsunami" seria um pedido de demissão do ministro após decreto de armas e Coaf

R7

Presidente disse que teria um acordo para indicar Moro ao STF

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O ministro da Justiça, Sergio Moro, não escondeu, na semana passada, a sua insatisfação sobre duas questões. O decreto de armas e munições, sobre o qual não foi sequer consultado, e a possível mudança do Coaf para o ministério da Economia, ponto ainda em discussão na Câmara. 

O ministro fez chegar ao presidente Bolsonaro a sua insatisfação, que, no limite culminaria em um pedido de demissão. Alguns, inclusive, acreditam que o "tsunami" a que Bolsonaro se referia em discurso na sexta-feira seria a crise em torno de Moro. Já para a maioria, o tsunami foi interpretado como a não votação da MP 870, que acarretará na volta do desenho da Esplanada do governo Temer, com 29 ministérios. 

Ontem, Bolsonaro disse à Rádio Bandeirantes que pretende indicar Moro para a próxima vaga no Supremo Tribunal Federal. A fala do presidente foi um afago ao ministro. Uma sinalização de que, se ficar no governo, Moro terá uma cadeira na Suprema Corte. 

Bolsonaro chegou a dizer que se comprometeu com Moro nesse sentido. Nesta segunda, o ministro da Justiça disse, em Curitiba, que não houve acordo para ele assumir e que não há nenhum convite. 

O próximo ministro a se aposentar compulsoriamente no STF é Celso de Mello, em 1º de novembro de 2020, quando completa 75 anos. Isso se o Congresso não revogar, até lá, a PEC da bengala, mudando a idade da aposentadoria compulsória. Há no Congresso um movimento para voltar a aposentadoria compulsória para 70 anos, o que daria a Bolsonaro mais poder de indicações, e outro para elevar para 80 anos, o que reduziria a possibilidade de indicações. 


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