Joe Biden nega acusação de assédio sexual e pede que Arquivo Nacional mostre suposta denúncia

Joe Biden nega acusação de assédio sexual e pede que Arquivo Nacional mostre suposta denúncia

Candidato democrata à presidência dos Estados Unidos disse que história de mulher que o acusa é cheia de inconsistências

Correio do Povo e AFP

Vice de Obama garantiu que fatores relatados "nunca aconteceram"

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O candidato democrata à eleição presidencial dos Estados Unidos, Joe Biden, negou nesta sexta-feira as acusações de violência sexual feitas por uma ex-colaboradora, as quais remontam à década de 1990. "Reconheço minha responsabilidade de ser uma voz, um defensor e um líder da mudança de cultura que começou, mas que está longe de terminar. Então, quero abordar as alegações de uma ex-funcionária de que cometi uma má conduta há 27 anos. Elas não são verdadeiros. Isso nunca aconteceu", disse o ex-vice-presidente durante a gestão de Barack Obama em um comunicado.

Tara Reade, de 56 anos, disse que apresentou uma queixa em 1993 contra o então Senador, mas diz não ter um registro. Biden afirmou que os documentos de seus anos no Senado, doados para a Universidade de Delaware, não contêm arquivos pessoais. "Há apenas um lugar em que uma queixa desse tipo poderia estar – os Arquivos Nacionais. É onde os registros são mantidos no que foi então chamado Escritório de Práticas Justas de Emprego. Peço que a Secretária do Senado peça aos Arquivos que identifiquem qualquer registro da denúncia que ela alega ter apresentado e disponibilize à imprensa qualquer documento desse tipo. Se houve alguma queixa, o registro estará lá", comentou.

Nesse sentido, o veterano político argumento que a narrativa tem inconsistências. Por exemplo, a suposta vítima afirma que denunciou o assédio a seu supervisor e funcionários seniores. "Eles – homens e mulheres – disseram, inequivocamente, que ela nunca os procurou, se queixou ou levantou questões. As organizações de notícias que conversaram com literalmente dezenas de ex-funcionários não encontraram um – nenhum – que corroborasse suas alegações de forma alguma. De fato, muitos deles falaram com a cultura de um escritório que não teria tolerado assédio de nenhuma maneira – como de fato eu não teria", afirmou, dizendo que há partes claras e críticas do relato  que podem ser verificadas.

Biden vinha sendo pressionado a responder pessoalmente às acusações. "Embora os detalhes dessas alegações de assédio sexual e agressão sexual sejam complicados, duas coisas não são complicadas. Uma é que as mulheres merecem ser tratadas com dignidade e respeito e, quando dão um passo à frente, devem ser ouvidas, não silenciadas. A segunda é que suas histórias devem estar sujeitas a investigação e escrutínio apropriados", disse, em tom político.

Passado e futuro

O vice de Obama garantiu que, como candidato à presidência, é "responsável perante o povo americano"." Já moramos o suficiente com um presidente que não pensa ser responsável perante ninguém e que não se responsabiliza por nada. Este não sou eu. Acredito que ser responsável significa ter conversas difíceis, mesmo quando são desconfortáveis. As pessoas precisam ouvir a verdade", argumentou, lembrando ainda seu histórico como senador – é dele a Lei de Violência contra as Mulheres assinados por Bill Clinton em 1994.

"Nós temos muito trabalho a fazer. Do confronto ao assédio, abuso e perseguição on-line, ao fim do estoque de estupros, ao tratamento da combinação mortal de armas e violência doméstica. Precisamos proteger e capacitar as comunidades mais marginalizadas, incluindo mulheres imigrantes e indígenas, mulheres trans e mulheres de cor. Precisamos fazer do fim da violência de gênero nos Estados Unidos e em todo o mundo uma prioridade. Comecei meu trabalho há mais de 25 anos com a aprovação da Lei de Violência contra as Mulheres. Como presidente, estou comprometido em terminar o trabalho", escreveu.


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