Justiça rejeita denúncia contra Glenn Greenwald

Justiça rejeita denúncia contra Glenn Greenwald

Na mesma decisão, juiz aceitou denúncia contra seis investigados pela invasão de celulares de autoridade

Agência Brasil

Segundo magistrado, o jornalista agiu amparado por uma liminar do STF, que impede que seja investigado

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O juiz federal Ricardo Leite, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou parcialmente nesta quinta-feira a denúncia feita no mês passado pelo Ministério Público Federal (MPF) contra seis investigados na Operação Spoofing pela invasão de celulares de autoridades. Com a decisão, todos passaram à condição de réus no processo.

Na mesma decisão, o magistrado rejeitou a parte da denúncia que acusou o jornalista norte-americano Glenn Greenwald, responsável pelo site The Intercept Brasil, dos crimes de organização criminosa e interceptação telefônica ilegal. Desde o ano passado, o site vem publicando o conteúdo das conversas privadas de autoridades, que foram obtidas com os hackers.

Segundo o magistrado, o jornalista agiu amparado por uma liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, que impede que seja investigado.

De acordo com a denúncia, assinada pelo procurador da República Wellington Divino de Oliveira, Greenwald auxiliou, orientou e incentivou as atividades criminosas do grupo. No entanto, o jornalista não chegou a ser investigado pela PF. A liminar concedida em agosto do ano passado pelo ministro Gilmar Mendes determina que Greenwald não pode ser investigado ou responsabilizado por receber, obter ou publicar informações de interesse jornalístico.

O procurador Divino de Oliveira ressalta na denúncia que, em respeito a tal decisão, não houve investigação contra Greenwald, mas que ainda assim resolveu denunciá-lo, após ter sido encontrado em um computador na casa de Luiz Henrique Molição, acusado de ser um dos hackers de celulares de autoridades, um áudio em que o jornalista orienta a destruição de mensagens.

Além de Greenwald e Molição, foram denunciados Walter Delgatti Netto e Thiago Eliezer Martins Santos, apontados como mentores e líderes do grupo; Danilo Cristiano Marques, acusado de ser testa de ferro de Delgatti na obtenção de materiais para o cometimento dos crimes; o programador Gustavo Henrique Elias Santos, acusado de ter desenvolvido as técnicas para a invasão dos celulares de autoridades; e Suelen Oliveira, esposa de Gustavo, apontada como laranja.


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