Líderes do MDB reforçam necessidade de união

Líderes do MDB reforçam necessidade de união

Partido, dividido entre os que defendem prioridade da aliança com o PSDB e os que não querem o alinhamento com tucanos, fará prévia em fevereiro para escolher candidato ao Piratini

Flavia Bemfica

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As lideranças do MDB gaúcho aproveitaram o congresso estadual realizado no sábado com a apresentação do plano de governo do partido para tentar dar uma demonstração de unidade, e contrapor as sucessivas notícias sobre as divergências em relação às articulações para as eleições de 2022. No palco do teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa, o presidente estadual, deputado federal Alceu Moreira, o presidente da Assembleia, Gabriel Souza, o prefeito da Capital, Sebastião Melo, e os ex-governadores Pedro Simon, Germano Rigotto e José Ivo Sartori, trocaram elogios, enalteceram a história da legenda e assinalaram a importância do engajamento na campanha daquele que disputar o Piratini no ano que vem.

O MDB marcou para 19 de fevereiro as prévias que escolherão seu candidato ao governo. Os dois principais postulantes, Alceu e Gabriel, trabalham abertamente por uma aliança com o PSDB. No congresso, mais uma vez, propagaram a tese da similaridade entre as gestões de Sartori e do governador Eduardo Leite (PSDB). Sartori, que desponta nos levantamentos internos, já avisou que não vai concorrer novamente ao Piratini. Seus interlocutores admitem que está disposto a ocupar a vaga para o Senado. Mas discordam da composição com Leite e, nos últimos meses, na tentativa de emplacar uma opção não alinhada ao tucano, ventilaram diferentes nomes para a candidatura ao governo, como o do secretário de Planejamento de Porto Alegre, Cezar Schirmer, e o do ex-vice-governador José Paulo Cairoli. Nos bastidores, contudo, partidários de Alceu e Gabriel rebatem que Cairoli é ‘cristão novo’ na legenda e assinalam que Schirmer não conseguiria se desvincular do desgaste da tragédia da boate Kiss.

Entre as mesuras e afagos do sábado, em três momentos de seu pronunciamento, Sartori mandou recados expressos sobre as disputas internas. Primeiro, disse que, se o RS fosse São Paulo, Melo já seria candidato a governador. Simon pediu o microfone: “E dois anos depois, candidato a presidente da República”. Sartori ainda emendou: “É isso aí, é a caminhada, e aí eu tô livre.” Depois, ao falar sobre os partidos, o ex-governador advertiu: “Dizem para eu fazer isso, fazer aquilo. No entanto, no discurso, pedem para eu ser candidato. Ora bolas! Tiroteio! O partido tem que entender que o que for candidato é o candidato do partido, e parar de falar mal de um e de outro.” Perto de concluir sua fala, ele também pediu uma salva de palmas para Schirmer.


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