Lara defende retirada de urgência de projeto a servidores da segurança do RS

Lara defende retirada de urgência de projeto a servidores da segurança do RS

Líderes do Fórum de Militares estiveram reunidos com Luis Augusto Lara nesta quinta-feira

Eduardo Amaral

Líderes do Fórum de Militares estiveram reunidos com Luis Augusto Lara nesta quinta-feira

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Em reunião com o presidente da Assembleia, Luís Augusto Lara, os líderes do Fórum de Militares reafirmaram, nesta quinta-feira, que desejam a retirada do pacote proposto pelo governador Eduardo Leite. Presidente da Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (Abamf), José Clemente da Silva Corrêa, viu positivamente a postura do parlamentar que demonstrou simpatia pela pauta dos manifestantes. “Não poderíamos esperar nada diferente uma vez que ele afirma que sabe que não é o momento para que se faça um ataque aos direitos dos servidores”.

Ramos, presidente da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs), também gostou da postura de Lara. “Foi positivo o presidente nos receber demonstrando seu apoio e que vai fazer um esforço para convencer outros deputados, inclusive da base, para que esse projeto seja retirado.” Entretanto, ao contrário do que disse Ramos, o deputado Lara afirmou que nunca defendeu a retirada total do projeto. “Precisa retirar a urgência porque não temos aqui ainda o convencimento da maioria dos deputados que deva ser essa a forma de fazer a reforma do estado”, afirmou Lara indicando que deve pedir a retirada do pedido de urgência. Na avaliação dele, caso o pacote seja votado agora não será aprovado. 

Lara defende que o governo vote o pacote de mudanças em 2020, fazendo audiências públicas no interior do estado para ouvir a população. Ele também cobra que sejam incluídas outras categorias, como servidores do Judiciário. “Quando mexe basicamente com as carreiras da segurança pública e dos professores parece que queremos cobrar a conta de apenas um setor do estado, e não pode.”

Ações de protesto

A Brigada Militar (BM) e o Corpo de Bombeiros decidiram fazer uma Operação Padrão no dia 16 de dezembro e aquartelamento no dia 17, como forma de pressionar o governo do Estado a retirar de tramitação o pacote que altera a previdência e a carreira dos servidores do Executivo. A decisão foi tomada nesta quinta-feira durante uma manifestação no Centro de Porto Alegre que reuniu cerca de 13 mil pessoas, de acordo com os organizadores. 

Os manifestantes saíram de concentração na Praça Brigadeiro Sampaio, no Centro, e fizeram uma caminhada até a Praça da Matriz, em frente à Assembleia Legislativa, onde a categoria fará encontro com deputados, que será transmitido em um telão para a população. Foram quase seis horas de manifestação, que iniciou por volta das 12h e encerrou aproximadamente às 18h, depois do encontro dos líderes do Fórum de Entidades de Classe dos Militares Estaduais com o presidente da Assembleia Legislativa, Luís Augusto Lara (PTB).

Antes do encontro com o parlamentar, os manifestantes fizeram uma assembleia geral, na qual reafirmaram o repúdio ao pacote do governo e decidiram realizar uma operação padrão, no dia 16 de dezembro, tanto da BM quanto dos Bombeiros. Segundo a proposta aprovada por eles, os militares não deverão atuar caso os equipamentos não estejam em perfeito estado. Com isso se tiver problemas nos carros, coletes à prova de balas, entre outros, eles não atenderão ocorrências. Outra definição foi do aquartelamento no dia 17, data que os projetos trancam a pauta na Assembleia Legislativa. Para que isso seja feito, as esposas dos brigadianos vão para frente dos quartéis impedir a saída dos brigadianos e bombeiros.

Contrários às mudanças propostas pelo governador Eduardo Leite (PSDB), os militares exigem a retirada total do pacote, e classificam a proposta de mudança na aposentadoria como inconstitucional. Eles se baseiam na lei que reconhece os militares federais como uma categoria especial, regra que se estende aos militares estaduais na avaliação do grupo. “O projeto é totalmente contrário a norma federal, no qual o nosso governador demonstra ser um cumpridor da Constituição Federal”, afirma o presidente da Associação de Bombeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Abergs) uma das entidades que integram o Fórum de Militares. Ele classifica o projeto que muda a carreira dos servidores como uma forma de “achatamento” dos salários.

Enquanto os manifestantes estavam em frente ao Palácio Piratini, o governador Eduardo Leite estava em Gramado, na Serra, participando da Cúpula do Mercosul. Questionado sobre os protestos, ele classificou como normais da democracia, mas focou apenas no caso dos magistério. “As manifestações são legítimas em uma democracia, ainda que seja injustificada, os manifestantes não sabem com clareza o pelo que estão manifestando.” De acordo com ele, os professores da ativa terão aumento salarial com a aprovação do pacote. 

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