Leite aceita atuar nos bastidores, mas defende questionar viabilidade da eleição de Doria

Leite aceita atuar nos bastidores, mas defende questionar viabilidade da eleição de Doria

Ex-governador do RS alega reconhecer e respeitar legitimidade das prévias do PSDB, no entanto, projeta novo debate interno na sigla

Correio do Povo

Leite transmitiu seu cargo ao novo governador Ranolfo Vieira Júnior

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O ex-governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), garante estar diante de "todas as possibilidades" no cenário eleitoral de 2022 após sua renúncia. Entre elas, não concorrer à Presidência da República e atuar nos bastidores de um outro caminho. Em seu discurso de despedida do cargo estadual, no Palácio Piratini, na noite desta quinta-feira, Leite se apresentou como alguém disposto a contribuir "da melhor forma". No entanto, defendeu questionamentos à viabilidade da candidatura do ex-governador de São Paulo, João Doria, ao Palácio do Planalto. Essa foi sua primeira manifestação após o PSBD referendar a pré-candidatura do paulista, que voltou atrás depois de sinalizar desistência ao pleito e confirmou sua pré-candidatura.

"A renúncia que apresento abre espaços para todas possibilidades. Estarei onde um conjunto político entender que posso contribuir da melhor forma. No Estado, entendo que um governador novo assume e tem condições de tocar a agenda", avaliou.

Na segunda-feira, quando confirmou que deixaria o cargo, Leite confirmou que permaneceria no PSDB, depois de ser derrotado nas prévias e avaliar uma ida ao PSD. "Há um escolhido e nós respeitamos a legitimidade disso, mas não nos impede de questionarmos. De perguntar as estratégias, as dificuldades para crescer nas pesquisas, de se juntar ao eleitor. Quem foi escolhido precisa saber somar. Meu espírito nesse processo é da colaboração, mesmo que divergindo. Meu nome está disponível para ajudar a construir um caminho", pontuou em entrevista coletiva. 

Apesar do movimento da sigla, Leite sinalizou que as divergências internas tucanas não devem se encerrar nos próximos dias. Conforme o político, não existe divisão e sim divergências, que serão debatidas internamente. 

"Não tem uma divisão fratricida. Eu não vou revidar nas mesmas condições (sobre falas de Doria). Não se resolve problemas e eventuais conflitos deste modo", explicou. Na sua avaliação, a vitória de Doria nas prévias e seus questionamentos diante da pré-candidatura são naturais da democracia. "É com esse mesmo espírito que iremos para o debate interno do PSDB. É da democracia. É a capacidade do eleito conviver com a divergência", explicou.

Com Leite e Doria renunciando aos seus cargos, a crise interna tucana ainda sem solução, e o ex-juiz e ministro Sergio Moro desistindo de concorrer a presidência, o cenário eleitoral segue abalado diante da construção da "terceira via". 


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