Leite alerta que RS não voltou à normalidade e pede cooperação contra a pandemia
Governador se mostrou preocupado com aumento de internações por Covid-19 e com exaustão das equipes médicas
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O governador Eduardo Leite voltou a alertar nesta quarta-feira para o aumento do número de casos e de internações por Covid-19 no Rio Grande do Sul e comentou que, em algumas regiões do Estado, já há o mesmo número de internados de junho. "Estamos efetivamente observando uma nova onda de contágio, isso é evidente. Por outro lado, o número de óbitos não tem acompanhado esse crescimento e vemos um menor tempo de internação, tanto em leitos clínicos como de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), avaliou o líder do Executivo em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba. "Sabemos que algumas atividades, até do ponto de vista pedagógico, são importantes para lembrar a população que não voltamos à normalidade e que precisamos da cooperação da sociedade", acrescentou.
Conforme a autoridade, as equipes de saúde na rede hospitalar estão cansadas "porque a pressão é violenta dentro das UTIs". "Inclusive o final de ano é de maior dificuldade de formação de equipe, porque muitos profissionais programam suas férias. Foi um ano intenso, que demandou muito", disse o chefe do Estado. Ele também comentou que continua monitorando e está avaliando "eventuais medidas restritivas que devam se impor como forma de alertar a população".
Leite defendeu a manutenção da reabertura da escolas mesmo em zonas de bandeira vermelha no Sistema de Distanciamento Controlado. "Não é o funcionamento normal, mas com regras e adaptações da turmas", comentou. Ainda que casos de centros de ensino tenham optado por cessar as atividades presenciais por conta de surtos de Covid-19, o governador afirmou que "não tivemos intercorrências em escolas e cidades que apostam no retorno às aulas".
Concessão da CEEE
Leite afirmou nesta quarta-feira que planeja lançar o edital da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE D), que compõe o Grupo CEEE, até o dia 9 de dezembro. A previsão é de que o leilão ocorra em fevereiro do ano que vem. "É uma empresa que tem maior complexidade e urgência na venda porque tem concessão federal que está submetida a um rigoroso plano de metas e indicadores que ela não está conseguindo atender", defendeu o líder do Executivo. Ele ainda explicou que o Estado e a empresa não são donos da distribuição, mas operam em um regime de concessão federal.
"Pelos problemas históricos, estamos a ponto de poder perder sua concessão. Seria pior para o Estado, pois ficaríamos com uma empresa sem prestação de serviços e todos os passivos trabalhistas, dívidas, sem nenhuma expectativa de receber as dívidas de ICMS que ela tem com o Estado", disse.
De acordo com o tucano, há uma boa expectativa para o número de interessados, pois o preço de venda será "simbólico", uma vez que "quem comprar a CEEE vai comprar uma série de obrigações de atender o passivo de R$ 1,6 bilhões de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, além de investimentos".
O dividendo será repassado à Fazenda através de ações como dação de pagamentos. O governador ainda avaliou que a concessão não terá impacto significativo na Fundação CEEE, que não vai deixar de existir. "Vamos retirar o patrocínio, e isso não significa uma ameaça à aposentadoria. Eventualmente, a fundação terá que fazer o planejamento de oferecer outro tipo de plano que chamará o funcionário a contribuir de outra forma. Vai precisar haver um recálculo, mas não significa inviabilização", prospectou.
Concessão de rodovias
No dia 18 de dezembro, o Estado estará na Bolsa de Valores de São Paulo fazendo operação do leilão de 204 quilômetros da ERS 287, no trecho da Tabaí Santa Maria. De acordo com o Piratini isso viabilizar integralmente a duplicação do centro do estado para a região metropolitana. E, no próximo ano, deve ocorrer no segundo semestre a concessão de mais de mil quilômetros de rodovias, parte deles que estão sobre operação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
"Eu disse claramente na campanha que é um equívoco o Estado ser um operador de rodovias pedagiadas. O papel deve ser de regular e fiscalizar os contratos de concessão. A iniciativa privada é mais ágil para a tomada de decisões de investimentos e viabilização de financiamentos , e deve operar neste regime de concessão com a regulação e fiscalização do Estado", argumentou Leite, que também disse que sua equipe ainda estuda qual será o futuro da EGR. "Eventualmente pode ter algum aproveitamento como uma empresa de projetos, mas essa é uma discussão para 2021", avaliou.