Leite estuda flexibilizar abertura de comércio para regiões do RS

Leite estuda flexibilizar abertura de comércio para regiões do RS

Novo modelo deverá ser anunciado e detalhado até quarta-feira

Correio do Povo

Possibilidade de novo modelo de flexibilização à abertura do comércio foi anunciada, em coletiva, nesta segunda-feira

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O governador Eduardo Leite afirmou, em coletiva virtual à imprensa nesta segunda-feira, que estuda a possibilidade de flexibilizar a abertura do comércio a partir de uma análise técnica de "região por região, entendendo as particularidades de cada uma delas". O novo modelo deve ser oficialmente anunciado e detalhado até esta quarta-feira, data que vence o decreto que proíbe o funcionamento de atividades consideradas “não essenciais” em todo o Rio Grande do Sul. "Em um território do tamanho do RS, nós não podemos olhar a evidência do todo sem olhar as partes", apontou ao explicar que as análises serão sobre sete macrorregiões de saúde do Estado.

Todas as decisões, segundo o governador, devem levar em consideração dois aspectos: o monitoramento dos leitos hospitalares e o resultado da pesquisa de campo realizada pela Universidade Federal de Pelotas (Ufpel), que deve ser concluído ainda hoje. Acompanhado de um apelo para que as instituições usem o sistema informatizado do governo estadual, Leite informou que 180 dos 300 hospitais públicos já inseriram seus dados de internações no sistema. A plataforma monitora a ocupação de leitos clínicos e leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Sistema Único de Saúde (SUS) no Rio Grande do Sul. 

O segundo levantamento que servirá como base ao governo estadual na tomada de decisões é o resultado da pesquisa da Ufpel que realizará até 4,5 mil testes rápidos para estimar a proporção de casos de coronavírus em território gaúcho. Durante o final de semana, 3,358 amostras foram coletadas. A conclusão da pesquisa deve ocorrer hoje e a entrega dos resultados ao governo será na terça-feira. O trabalho, segundo Leite, encontrou dificuldades de ser executado: "As pessoas estão com receio de abrir as portas para os pesquisadores".

Até a publicação desta reportagem, já eram 81 o número de cidades gaúchas com registro oficial de casos de Covid-19. Já as vítimas fatais em decorrência da doença foram reportadas em oito municípios e na Capital – que detém sete dos 17 óbitos registrados até esta segunda-feira.

O decreto que proíbe o funcionamento do comércio considerado “não essencial” – como por exemplo farmácias e supermercados – entrou em vigor no dia 1º. No decorrer da quinzena, a determinação sofreu algumas alterações e deu autonomia para que outras atividades, a partir do último dia 9, passassem a funcionar regularmente. Foi caso de salões de beleza, lancherias, restaurantes e lojas de chocolate.

Testes rápidos

Durante a coletiva, Leite também anunciou o envio do primeiro lote com 25 mil testes rápidos ao Interior. A distribuição obedecerá a critérios de número de habitantes e volume de casos registrados. Assim, 231 cidades com menos de cinco mil habitantes vão receber pelo menos 1 caixa de 20 testes rápidos, 157 cidades entre 5 a mil a 20 mil habitantes vão receber pelo menos duas caixas de testes, 65 cidades entre 20 mil a 50 mil habitantes deve receber pelo menos três caixas de testes rápidos, já 19 cidades com população acima de 100 habitantes deve receber pelo menos sete caixas cada. Haverá o adicional de caixas extras para os 81 municípios que reportaram casos confirmados de Covid-19. O material deve ser entregue nesta quarta-feira.

Porto Alegre 

Apesar de ser atualmente o epicentro de casos e mortes por Covid-19 no Estado, a Capital segue flexibilizando a abertura do comércio. Na última semana, o Mercado Público retornou ao funcionamento regular e já registrou, durante o feriado de Páscoa, aglomerações nas bancas.

Com a determinação de um decreto municipal, assinado pelo prefeito Nelson Marchezan na última quinta-feira, o comércio e serviço de reparos, assistência técnica e manutenção foram liberados para funcionarem durante o período de isolamento social devido à pandemia de coronavírus.

O decreto, apontado por Marchezan como um “incentivo para que as pessoas fiquem em casa”, prevê que os estabelecimentos trabalhem com equipes reduzidas, restrição no atendimento simultâneo (proporção de um cliente para cada funcionário) e sem formação de filas internas ou externas. 

Macrorregiões

Confira a relação de macrorregiões de saúde do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do RS (Cosems-RS):

- Macrorregião Centro-Oeste (Verdes Campos, Entre Rios, Fronteira Oeste),

- Macrorregião Metropolitana (Belas Praias, Bons Ventos, Paranhana, Vale dos Sinos, Vale do Caí, Carbonífera, Poa/Metropolitana),

- Macrorregião Missioneira (Sete Povos das Missões, Portal das Missões, Região da Diversidade, Fronteira Noroeste),

- Macrorregião Norte (Caminho das Águas, Alto Uruguai Gaúcho, Região do Planalto, Região das Araucárias, Região do Botucaraí, Rota da Produção),

- Macrorregião Sul (Região Sul e Pampa),

- Macrorregião Serra (Caxias, Campos de Cima da Serra, Vinhedos, Uvas e Vales)

- Macrorregião Vales (Jacuí/Centro, Santa Cruz do Sul, Vale das Montanhas e Vale da Luz).


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