Leite exalta "compromissos civilizatórios" ao assumir mandato como governador do RS

Leite exalta "compromissos civilizatórios" ao assumir mandato como governador do RS

No primeiro discurso como novo governador do RS, tucano dá destaque para democracia, diversidade humana, futuro e liberdade


Flavia Bemfica

Depois da Assembleia, governador falou no Palácio Piratini

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Eram 10h23min deste 1º de janeiro de 2023 quando Eduardo Leite (PSDB), na Assembleia Legislativa, fez o juramento constitucional que deu início à oficialização de sua posse como o 41º governador do período republicano do Rio Grande do Sul. Pouco tempo antes, o presidente do Legislativo, Valdeci Oliveira (PT), havia aberto os trabalhos. E, na sequência, o primeiro-secretário da Mesa Diretora da Casa, Elizandro Sabino (PTB), leu o termo de posse, que Leite assinou. Em seguida, o protocolo foi repetido com o vice, Gabriel Souza (MDB). Na manhã ensolarada de domingo, o clima da posse foi de tranquilidade: na Mesa, no Plenário, nas galerias, do lado de fora e depois, na segunda etapa da solenidade, no Palácio Piratini.

Na Assembleia, onde tradicionalmente o novo governante faz seu primeiro discurso institucional, que norteia quais serão os princípios e balizas de sua administração, Leite falou por pouco mais de meia hora, em um pronunciamento de viés claramente progressista. Ele exaltou a democracia, a esperança, o futuro, e disse que não abrirá mão dos “compromissos civilizatórios”. “Acrescento às metas administrativas compromissos civilizatórios dos quais também não abriremos mão. Seremos um governo comprometido com a diversidade humana em todas as suas manifestações e demandas, como livre expressão das vontades e dos direitos individuais. O amor e a liberdade são alicerces poderosos sobre os quais iremos construir o Rio Grande do Sul que desejamos”, assinalou.

O novo governador fez considerações claras a aliados e oponentes, reforçou posições, frisou que manterá com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uma relação “saudável e madura”. Reafirmando-se como expressão do centro político, e sua viabilidade, Leite lembrou que existem divergências ideológicas e programáticas entre as duas administrações, e ressalvou que o governo gaúcho não será “nem de subserviência e nem de sublevação”. Mas destacou que existem problemas comuns para serem resolvidos e que isto será feito com “sobriedade e grandeza cívica”.

O governador enalteceu a posse dos eleitos em todo e o país como etapa fundamental do processo democrático. E aproveitou para fazer um alerta, seguido de considerações sobre os rumos corretos da política a serem seguidos por todos. Disse que a democracia está ameaçada por inimigos da vontade popular mas que, enquanto os eleitos assumem e se tornam governantes, os não eleitos devem se reorganizar pela política e aguardar novas eleições, exercendo a oposição de forma legítima.

Ao elencar as prioridades de sua nova administração, Leite deu destaque a cinco pontos. Começou por reforçar o compromisso com o que novamente definiu como “principal prioridade”: a melhoria na qualidade da educação e do aprendizado. A segunda, a consolidação do Estado como um polo nacional de qualidade no atendimento à saúde, com investimentos em estrutura que garantam fluidez financeira ao sistema de prestação de serviços. A terceira, o combate à pobreza, em especial à pobreza infantil. A quarta, o incentivo ao agronegócio e à agricultura familiar. E, a quinta, a concentração de esforços em ações que proporcionem crescimento econômico com inovação, com apostas na transição energética e na sustentabilidade. Em clara alusão a diretrizes seguidas na primeira administração, salientou que todas as prioridades serão perseguidas em um cenário de absoluto compromisso com a responsabilidade fiscal.


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